“Esta é uma medida efetiva para o desenvolvimento saudável das crianças e jovens”, diz psicólogo parental sobre a proibição de celulares nas escolas

Há pouco mais de dez dias, a Comissão da  Educação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em todos os anos da educação básica – ou seja, do ensino fundamental ao ensino médio – em escolas da rede pública e privada.

Entre seus objetivos, estão “salvaguardar a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes”. O projeto será analisado agora, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para virar lei, a proibição precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.

Recentemente, a Unesco divulgou relatório sugerindo que os celulares sejam banidos das escolas, ressaltando os possíveis prejuízos para os estudantes. Segundo a organização, o uso excessivo de tecnologia em sala de aula pode prejudicar a concentração e o desenvolvimento cognitivo dos alunos.

“O uso de telefones celulares por crianças e adolescentes nas escolas é um tema que vem sendo amplamente discutido, com opiniões diversas entre especialistas da área educacional”, diz Filipe Colombini, psicólogo parental e CEO da Equipe AT. “Mas, no meu ponto de vista,  esta é uma medida bastante efetiva e a proibição é importante, já que contribui para o desenvolvimento saudável das crianças e jovens”, conclui.

Segundo Colombini, um dos grandes prejuízos associados ao uso de celulares por este público é a conexão ininterrupta com as mídias sociais, o que prejudica a socialização na comunidade escolar e afeta o desenvolvimento psicossocial, cognitivo e da linguagem entre os alunos.

Ainda segundo ele, o tema não deveria ser fonte de tanta polêmica, já que os limites são importantes, seja dentro de casa ou na escola. “É preciso entender que este projeto de lei só traz benefícios, pois agora os alunos vão focar nos conteúdos transmitidos em sala de aula, dedicando sua atenção e concentração às tarefas produtivas”, ressalta o especialista. “Sou a favor de um uso de telas mediado pelos educadores, pois existem tarefas que dependem da tecnologia e, quando existe essa mediação, o uso de telas é benéfico”, complementa.

Uso de telas deve ser equilibrado também em casa

O psicólogo destaca que muitos pais não conseguem estabelecer limites para o uso de telas dentro de casa, dando permissão para o uso de celular em horas impróprias – como durante as refeições e momentos de integração em família (como durante leituras, diálogos, etc).

“Ensinar a criança a discriminar os momentos adequados para uso do celular é benéfico para a saúde mental”, diz ele. “Os pais precisam entender que os filhos precisam de uma variedade de estímulos para seu pleno desenvolvimento e as atividades de lazer e em meio à natureza, além da prática de esportes são imprescindíveis, assim como permitir que os filhos vivenciem momentos de ócio, que fazem parte das relações humanas”, conclui.

Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.

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