Como são feitas as pesquisas eleitorais? Diretor da Ranking, responde em entrevista!

Sobre estas dúvidas, o diretor do Instituto Ranking de Pesquisas, Antonio Ueno, de Campo Grande-MS concedeu entrevista à Rede de Rádios do Grupo Feitosa de comunicação, com a finalidade de esclarecer as metodologias das pesquisas eleitorais aos candidatos ao governo do Estado, senado, Câmara federal e assembleia legislativa no pleito de 2022.

Durante a entrevista foi abordado a desistência de candidato ao governo do estado de São Paulo João Doria, com um percentual de 3% a 4%. Segundo Antonio Ueno estes votos vão migrar para outros candidatos e deverá modificar os números das próximas pesquisas.

Perguntado pelo repórter da Rádio de do Grupo Feitosa sobre a aplicabilidade de uma pesquisa sendo ela para a instalação de um comércio (Shopping) ou para fins eleitorais, o resultado de uma pesquisa é crucial para o bom resultado.

Antônio Ueno responde a pergunta fazendo uma análise do início dos trabalhos e a aplicação das pesquisas que começou na década de 60, nos Estados Unidos, Europa e Japão, no qual qualquer empresa que vai fazer um grande empreendimento, a primeira coisa que eles fazem e a contratação de uma consultoria, assessoria e pesquisa.

“Trabalho com pesquisa no Mato Grosso do Sul desde 2012. Nós temos bons Institutos de Pesquisas aqui no estado, o Ranking faz parte destes grupos de pesquisas. Nós do Ranking temos a responsabilidade de levar informação com seriedade e números precisos para os nossos contratantes e leitores dos nossos sites”, frisa Ueno.

A pesquisa eleitoral segundo o diretor do Instituto Ranking destaca que a pesquisa é muito diferente de uma enquete que é publicada na internet. “Não é a quantidade de milhões de pessoas que responderam que vai definir uma pesquisa, que por sua vez, tem o plano amostrar onde se analisa, sexo, renda, escolaridade, religião e seguir o número de eleitores de cada município para ter um resultado preciso. Lembrando que cada instituto tem uma margem de erro para cada pesquisa. Eu sempre digo que o cartão de visita de um instituto são os acertos”. Comenta.

“É importante que o instituto tenha a margem de acertos e nós temos um exemplo que são as eleitos da OAB/MS, que nas últimas três eleições nos cravamos. Acertamos as eleições de Sidrolândia e por último cravamos o resultado eleitoral de Angélica. No ano de 2020 acertamos os resultados das eleições em 48 municípios do Estado de Mato Grosso do Sul, em 51municípios que o instituto atuou”.

Repórter – apesar dos acertos das pesquisas, muitas pessoas não acreditam de fato nas pesquisas, não só em Mato Grosso do Sul como também a nível nacional, a que o senhor atribui quando as pessoas colocam em dúvida as pesquisas eleitorais?

Antonio Ueno – As pessoas não entendem que as pesquisas, muitas vezes são o retrato do momento. Por exemplo o Dória saiu do cenário eleitoral. Nas próximas pesquisas não vai constar mais o nome do ex-governador de São Paulo, Dória e, logicamente que os resultados serão diferentes. Aqui no Mato Grosso do Sul, nós tínhamos o Zeca do PT, que aparecia com cerca de 12% a 15% nas pesquisas de intenções de votos na estimulada, quando ele sai do cenário, este votos vão migrar para os outros candidatos. Muitas mudanças vão acontecer até chegar o dia da eleição a aqui em MS.

O que o instituto faz é acompanhar o processo eleitoral, agora tem um detalhe importante que as pessoas gostam de pesquisa, mas ninguém gosta de pagar pesquisas. São de custo significativo, mas é um ótimo investimento. Hoje por exemplo, uma pesquisa em Mato Grosso do Sul com três mil entrevistas fica em torno de R$ 35 mil a R$ 40 mil e ninguém quer tirar este recurso do bolso para fazer este investimento. Num levantamento de uma candidatura majoritária o candidato vai economizar em material de campanha e outras despesas.

Repórter – Voltando à política, quando um candidato sai da disputa e, a dúvida das pessoas é porquê seu candidato apareceu com um resultado inferior e os candidatos que aparecem nos primeiros lugares, eles não reclamam. Agora quem está em último com alguns pontos, bem abaixo do esperado que eles imaginam, ai existe a reclamação e colocam em dúvidas as pesquisas.

Antonio Ueno – Muitas vezes um candidato está muito bem nas classes A e B, mas não estão bem em outras classes ou cidades. Vou dar um exemplo o ex-prefeito Marquinhos Trad e o ex-governador André Puccinelli, eles estão muito bem aqui na Capital. Mas, só que nos municípios mais distantes o Marquinhos não aparece nas pesquisas igual a pesquisa de Campo Grande. Quando você faz a pesquisa para governador você não faz pesquisas visando só a Capital, mas visando todas as cidades do interior de MS. A última pesquisa do Ranking foi de 30 municípios o que corresponde a 70% dos eleitores do Mato Grosso do Sul. Então ficou uma pesquisa bem feita, bem elaborada. Para esclarecimento nós procuramos registrar os nossos entrevistadores, nós tiramos fotos dos Totens, monumentos históricos, arquivamos GPS (Localização) comprovar que estivemos nas cidades. Mesmo assim muitas vezes nos somos interpelados por partidos para esclarecer situações e estes, é o direito deles.

Recentemente fizemos uma nota para esclarecer nossa metodologia de trabalho do Instituto Ranking, como ele atua para que a justiça tenha conhecimento, e assim tomar a melhor decisão baseado naquilo que o Instituto tem cumprido rigorosamente, que é a legislação eleitoral, para que as pesquisas sejam realmente de fato um resultado pelo pleno, satisfatório e que realmente transmita o retrato do momento.

Repórter – O instituto já vem fazendo pesquisas neste ano e qual a diferença que o senhor tem notado das últimas eleições para esta. De fato vai ser uma eleição concorrida?

Antonio Ueno – As eleições no Mato Grosso do Sul sempre foram concorridas, mas sempre com poucos candidatos fortes. Em 2018 tivemos três candidaturas competitivas, e nos anos anteriores sempre foi polarização, Reinaldo com Delcídio; Pedrossian com Wilson Barbosa Martins e assim por diante nos tempos anteriores. Essa eleição de 2022 é uma eleição diferente, nós temos fortes pré-candidatos como: O ex-governador André Puccinelli, o ex-prefeito Marquinhos Trad, o ex-secretário Eduardo Ridel, o capitão Contar, a deputada Rose Modesto. São pré-candidatos que o eleitor vai decidir o resultados das eleições somente no segundo turno. E qualquer um dos cinco pré-candidatos pode estar no segundo turno.

Confira a entrevista abaixo:

Repórter – O senhor acha que haverá segundo turno nas eleições 2022?

Antonio Ueno- Já posso adiantar que as eleições no Mato Grosso do Sul vai ser decidida no segundo turno sem sombras de dúvidas, a não ser, que mais de quatro candidatos desistam, mas dificilmente, com estes números um desses pré-candidatos vão desistir.

Repórter – O senhor acredita hoje, por exemplo, o candidato ou pré-candidato tem uma influência muito grande sobre o pensamento do eleitor, a respeito das pesquisas eleitorais. A gente vive um momento que muitas coisas estão sendo questionadas em nosso país como: STF, as urnas eletrônicas e pesquisas eleitorais. O senhor acredita que o candidato tem um papel fundamental nesta questão?

Antonio Ueno –  Eu fico feliz em ver os partidos questionando na justiça eleitoral, o resultado e o plano amostral do Instituto Ranking, que é uma forma da gente provar, que nós estamos fazendo a coisa certa, de onde vem os recursos para bancar uma pesquisa eleitoral do Instituto Ranking, já que ela e feita pelo próprio instituto. Para isso nós temos três sites de notícias: Santa Catarina News, Brasil News e o Diário MS News. Esses sites recebem mídias como todos outros jornais de Campo Grande, televisão, rádios, que são mídias estaduais, câmaras e também fazemos pesquisas para as emissoras de rádio, prefeituras de interior e contratação de consultorias e assessorias. O instituto tem recursos para fazer as pesquisas, tudo declarado no Imposto de Renda e no balanço anual registrado na junta comercial, diante disso nós temos como comprovar que a empresar tem os recursos para fazer as pesquisas.

Outro questionamento foi que nós repetimos o planto amostral, mas ai é que está a nossa assertividade, onde nós acertamos. Com a saída do Zeca do PT, nós sabemos para ontem foram os votos. Os votos do Doria para presidente, sabemos que ele pontuava de 3% a 4%, que não é pouca coisa numa corrida presidencial. Nós repetimos o plano amostral para justamente saber como o eleitor mudou de opinião.

Para finalizar, algumas pessoas dizem que as pesquisas são para influenciar o eleitor a votar quem está na frente. Como funciona o processo de entrevista?

Antonio Ueno – A pesquisa é espontânea e estimulada. As estimuladas quando você apresenta os nomes para que o eleitor venha a escolher. Hoje nós temos sete pré-candidatos ao Governo de MS. Então, apresenta os sete nomes e o eleitor escolhe em quem quer votar. Com certeza quem dá as entrevistas, quer acompanhar quem está liderando. Mas nós informaremos os resultados da pesquisa. Cabe ao eleitor decidir, votar e democraticamente escolher seu candidato. Moramos em um país onde todos têm a liberdade, inclusive os institutos de pesquisa em fazer pesquisa.

Agradeço ao grupo Feitosa pela oportunidade do esclarecimento e vou deixar o site do Ranking https://rankingpesquisa.com.br/ para mais informações. Todas as pesquisas colocamos no site e as assertividades das pesquisas para acompanhamento dos eleitores.

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