Caminhoneiros ameaçam bloquear Brasília caso negociações não avancem

Após paralisar rodovias de dez Estados, caminhoneiros ameaçam fechar Brasília caso não consigam avançar nas negociações com o governo federal e com empresários para reajustar o preço do frete e reduzir a tarifa do diesel.

A intenção de bloquear os acessos à capital do País foi revelada ao R7 por Ivan Luiz Schimidt, um dos líderes da greve que teve início na semana passada e se intensificou nos últimos dias.

— Vamos esperar até sexta-feira. Caso a negociação não avance, convocaremos os caminhoneiros para fecharem Brasília.

Nesta quarta-feira (25), às 14h, ele e outros representantes dos caminhoneiros devem se reunir com o secretário-geral da Presidência, Miguel Rossetto, incumbido pela presidente Dilma Rousseff de identificar as lideranças da greve, e com empresários do setor de transportes.

Schimidt afirma que, apesar de a mesa de negociação ter sido aberta, não há intensão de amenizar o movimento. Pelo contrário: ele afirma que mais Estados devem aderir à greve.

— Estamos recebendo muito apoio, inclusive de comerciantes. Vamos intensificar as ações até que sejamos atendidos. A partir de quarta-feira, esperamos a adesão de mais Estados do Nordeste. O Ceará deve ampliar os bloqueios e Pernambuco deve iniciar paralisações.

Segundo o líder dos caminhoneiros, o frete baixo e o combustível caro tornaram inviável o trabalho como motorista.

— Na situação em que estamos, tanto faz ficarmos parados ou rodando. Não ganhamos nada do mesmo jeito. Então decidimos ficar parados.

Na terça-feira, porém, Rossetto afirmou que o governo não pretende reduzir o preço do diesel. A alta, de R$ 0,15 por litro, deve reforçar o caixa com R$ 12,18 bilhões em 2015.

— Não está na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momento.

Com isso, o Palácio do Planalto deve colocar uma nova fórmula de preço para o frete como carro-chefe da articulação para debelar o bloqueio de rodovias pelos caminhoneiros.

Até a noite de terça-feira, a paralisação atingia os seguintes Estados: São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará.

Em São Paulo, a greve fechou a saída da rodovia Padre Anchieta para o porto de Santos, o maior do País. A situação tem impedido a exportação de produtos. Nos demais Estados, há interdições em rodovias federais. No Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Bahia, a Justiça determinou que os motoristas desbloqueiem as vias.

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