Após homicídio, favela encara protesto; Choque controla confusão

Moradores da favela Cidade dos Anjos, no Jardim das Hortênsias –sul de Campo Grande– protestaram no fim da tarde deste domingo (24) contra a falta de segurança na região. A manifestação foi motivada pela morte de Juliana da Silva Fernandes, 25, esfaqueada pelo ex-marido na frente dos três filhos na noite de sábado (23).

Os manifestantes fecharam o cruzamento das ruas Tancredo Neves e Arapoti, colocando fogo em pneus, galhos e entulho. Parte da comunidade, que é formada por ao menos 40 barracos –a maioria ocupada–, foi para a equina com cartazes nas mãos e gritando: “Justiça! Justiça!”.

A confusão ficou maior quando o Batalhão de Choque da Polícia Militar chegou no local para desinterditar a via. Moradores da favela e familiares da vítima se revoltaram, afirmando que a PM não atende aos chamados deles quando precisam.

“Eu acabei de enterrar a minha irmã. Parece que vocês não prestam atenção na gente, só sabem chamar reforço. Para que? O cara foi na minha casa, enfiou a faca nela e não chamaram reforço”, afirmava Ana Paula, irmã da vítima, muito emocionada e aos berros.

A jovem continuou descontrolada e dizendo frases desesperadas como: “o que eu vou fazer a minha vida? Eu to (sic) cansada dessa vida maldita. Agora, tenho três crianças para cuidar”. Além dos três filhos, Juliana estava grávida do quarto, segundo vizinhos. Ana Paula foi acalmada pelos amigos e familiares.

O cunhado da vítima também questionou a falta de policiamento. “Vão morrer quantos para eles [a polícia] entrarem lá?”.

Maria de Deus, 53, também moradora da favela, conversou diretamente com os policiais e afirma que a PM se comprometeu a aumentar a quantidade de rondas na região. “O rapaz está ameaçando [autor do homicídio e ex-marido da vítima]. Ele diz que vai pôr fogo no barraco dela e se pôr fogo num barraco, pega em todos. Não é só porque aconteceu a morte da guria que a gente pede mais segurança. É porque sempre acontece coisa, som alto, gritaria, tiroteio”.

A irmã da vítima também citou as ameaças. Segundo ela, até o fim da tarde deste domingo, o suspeito estaria ligando para a família e eles temiam represálias, mas ainda não tinham registrado boletim de ocorrência. A rua bloqueada foi liberada no início da noite.

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