Decreto de Adriane Lopes cortou adicionais de diversas categorias e agora a conta chegou para a população
Decreto de cotenção de despesas da prefeita Adriane Lopes (PP) publicado no dia 7 de março no Diário Oficial do município começou a produzir efeitos negativos para a população.
Na manhã desta sexta-feira (4), pessoas que procuraram atendimento nas oito unidades de saúde mais afastadas da cidade, nos distritos e na zona rural, foram surpreendidos com a falta de médicos e de outros profissionais.
Isso porque nenhum deles recebeu no salário pago hoje o adicional por trabalho em locais de difícil acesso, vantagem suspensa pela prefeita e que era paga a servidores de diversas categorias.
Na unidade de saúde de Anhanduí, vídeo gravado por moradores do distrito mostra uma assistente social explicando as causas da ausência dos médicos no local.
“A prefeita cortou o adicional de difícil acesso e ele não veio no salário que saiu hoje. Cortou dos médicos, cortou da enfermagem, dos técnicos , zerou. O valor era usado para pagar o vale-transporte e a equipe está lá na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) negociando com a secretária. E se ela não pagar esse valor, não tem médico”, diz a assistente social não identificada pela reportagem.
Mais de 1 mil servidores atingidos
Hoje existem oito unidades de saúde cujos profissionais deixaram de receber o adicional por força do decreto da prefeita Adriane Lopes. São mais de 1 mil servidores, entre médicos, pessoal da enfermagem, técnicos, odontólogos e auxiliares de saúde bucal, dentre outros.
“O adicional de difícil acesso sempre existiu, pois nunca a prefeitura ofereceu transporte para os servidores lotados nessas unidades”, explicou Marcelo Santana Silveira, presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed/MS).
Na manhã desta sexta-feira, a categoria informou que o município deverá retomar o pagamento do adicional e que médicos foram transportados pela prefeitura até as unidades atingidas pela suspensão dos serviços.
Ações judiciais
De acordo com o advogado Márcio Almeida, que representa diversas categorias dos servidores, ações já foram ajuizadas para que o pagamento do adicional seja retomado. No entanto, ele disse que ainda não foi emitida qualquer decisão.
“Os servidores estão sem reajuste linear há 3 anos, não vêm recebendo o quinquênio e a progressão funcional também deixou de ser aplicada. E agora ficam sem o adicional de difícil acesso? Como é que eles conseguirão se dirigir até os seus locais de trabalho”, indaga Márcio Almeida. “Os servidores estão indignados com essa situação”, finalizou.
Outras categorias, como a Guarda Civil Metropolitana, também perderam o adicional. O Vox MS apurou que o pagamento da gratificação aos servidores lotados nas 8 unidades de saúde na zona rural e nos distritos será retomado.