Um Grito por Justiça e Amor: A Necessidade de um Hospital Veterinário Público em Campo Grande

Carolina Assis

Por Carolina Assis

Amor, lealdade e companheirismo são apenas algumas das palavras que definem a relação entre humanos e seus animais de estimação. Em Campo Grande, assim como em todo o mundo, cães e gatos são muito mais do que pets: são membros da família, que oferecem amor incondicional sem pedir nada em troca. Mas, quando adoecem, muitos deles encontram um destino cruel, não por falta de amor, mas por falta de recursos.
Hoje, na nossa cidade, a realidade para famílias de baixa renda que enfrentam emergências veterinárias é desoladora. Enquanto alguns conseguem vacinar e castrar seus animais gratuitamente em casos específicos, o acesso a consultas, exames, cirurgias e internações ainda é um privilégio para poucos. Quando um animal adoece, seus donos, muitas vezes, se deparam com uma escolha devastadora: assistir à morte de um ser que tanto amam ou contrair dívidas que mal podem pagar.
Falo como jornalista, mãe, e, acima de tudo, como alguém que ama profundamente seus animais. Em dezembro, uma das minhas cachorrinhas enfrentou uma batalha pela vida. Uma cirurgia de emergência foi apenas o começo. Após a alta, vieram as internações, os medicamentos e os dias de luta alimentando-a na boca. Por amor, fiz o que estava ao meu alcance, mas me pergunto: e as famílias que não têm condições financeiras para isso?
Quantas “Princesas”, “Mels”, “Luas” e “Sóis” já se foram por falta de atendimento veterinário gratuito? É inadmissível que uma cidade como Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, não possua um hospital público veterinário. Não se trata apenas de cuidar de animais, mas de amparar famílias que dependem do amor desses companheiros para seguir em frente.
O que pedimos não é luxo; é dignidade. Um hospital público veterinário que realmente atendesse os animais seria a resposta para tantas lágrimas derramadas por famílias que perderam seus bichinhos por falta de acesso à saúde. Precisamos de políticas públicas que enxerguem os animais como parte essencial do núcleo familiar e valorizem a relação de afeto que eles proporcionam.
Animais não são descartáveis. Eles amam, sentem dor, e dependem de nós para protegê-los. Não podemos virar as costas para essa realidade. Precisamos de autoridades comprometidas com a causa animal, que entendam que retribuir esse amor incondicional é também um ato de humanidade.
Deixo aqui meu apelo, um grito de socorro por todos os animais que sofreram em silêncio e por todas as famílias que ainda vivem essa dor. Campo Grande precisa urgentemente de um hospital veterinário público que atenda de verdade os nossos animais. Acredito que juntos podemos mudar essa história, porque eles merecem — e nós também.
Carolina Assis, jornalista, mãe da Princesa, Lua, Sol e Mel. Quatro filhinhas de quatro patas.

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