Trégua comercial entre EUA e China: Trump ajusta tarifas após impasse diplomático

Nova alíquota de 10% sobre todos os produtos chineses começa a valer a partir de  amanhã, 14 de maio. O acordo parcial ameniza tensões, mas o mercado segue em alerta.

Após semanas de negociações tensas entre Estados Unidos e China, a Casa Branca anunciou nesta segunda-feira que o presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva para aplicar novas tarifas sobre produtos chineses. A medida entra em vigor a partir das 12h01 (horário local) do dia 14 de maio de 2025, e representa um esforço para reequilibrar a balança comercial após um novo impasse entre as duas potências.

O que levou ao impasse?
O ponto crítico das recentes tensões foi o não cumprimento de compromissos comerciais anteriores assumidos pela China, segundo o governo norte-americano, especialmente em áreas como propriedade intelectual, transferência forçada de tecnologia e controle da produção de fentanil — um opioide sintético associado a crises de saúde nos EUA.

Além disso, a escalada do protecionismo e os subsídios estatais chineses a empresas de tecnologia e energia aumentaram a pressão por parte de Washington, que respondeu com a ameaça de novas tarifas.

Detalhes da medida

A partir de 14 de maio de 2025, todos os artigos importados da China, incluindo Hong Kong e Macau, estarão sujeitos a uma alíquota adicional de 10%.
Itens já tarifados, como o fentanil, continuam com alíquota de 20%.

Com tarifas recíprocas, o impacto efetivo sobre os bens chineses será de 30%. A medida terá validade inicial de 90 dias, podendo ser prorrogada ou revista conforme as negociações evoluam.

Por que os países recuaram?
Ambos os lados sinalizaram que o custo econômico do prolongamento do conflito seria alto. Com o crescimento global desacelerando e pressões internas em ambos os países (econômicas e eleitorais), EUA e China decidiram retomar o diálogo diplomático, buscando um equilíbrio que evitasse sanções mais severas ou retaliações mais agressivas.

Impacto no mercado financeiro
Com o anúncio da trégua e a definição de regras tarifárias mais claras, o mercado deve reagir com volatilidade moderada no curto prazo. Investidores tendem a acompanhar:
A estabilidade das negociações futuras, especialmente em áreas de tecnologia e energia.

O comportamento da cadeia de suprimentos global, afetada por custos adicionais com as tarifas. O posicionamento do Federal Reserve e do Banco Central da China diante de possíveis impactos inflacionários. O alívio temporário evita um cenário de guerra comercial total, mas os desdobramentos ainda exigem cautela por parte dos agentes econômicos.

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