Sem Tereza, direita se une em torno de Riedel, mostra pesquisa

Com mais de 75% de aprovação, governador lidera corrida eleitoral para 2026 em todos os cenários

Com mais de 75% de aprovação popular, o governador Eduardo Riedel (PSDB) desponta como favorito na corrida eleitoral pelo governo de Mato Grosso do Sul em 2026. É o que revela pesquisa divulgada nesta terça-feira (20) pelo Instituto Paraná Pesquisas. O levantamento mostra que, mesmo em um cenário com a presença de nomes fortes da direita e do centro, como a senadora Tereza Cristina (PP) e Capitão Contar (PRTB), Riedel mantém a liderança com ampla vantagem.

No principal cenário estimulado — aquele em que os nomes dos candidatos são apresentados ao eleitor — Riedel aparece com 40,3% das intenções de voto. Em segundo lugar, surge Tereza Cristina, com 25,5%. Em seguida, Capitão Contar registra 13,6%, Fábio Trad (PSD) tem 6,4% e Marcos Pollon (PL), 3,4%. A pesquisa aponta ainda 3,8% de eleitores indecisos ou que não responderam e 6,9% que pretendem votar branco ou nulo.

No entanto, o cenário muda substancialmente com a retirada de Tereza Cristina da disputa. Sem a presença da senadora — que pode optar por apoiar a reeleição do atual governador — Riedel salta para 50,1% das intenções de voto, índice que o coloca próximo de uma vitória em primeiro turno, considerando a margem de erro de 2,5 pontos percentuais.

Nesse segundo cenário, Capitão Contar aparece com 19,5%, seguido de Fábio Trad (8,7%) e Marcos Pollon (6,7%). Outros 6,2% dos entrevistados não souberam ou não responderam, enquanto 8,8% declararam intenção de voto nulo ou branco.

Liderança consolidada em todos os segmentos

A pesquisa também detalhou o desempenho dos candidatos em diversos recortes do eleitorado. Eduardo Riedel lidera em todas as faixas de gênero, idade, escolaridade e ocupação. O tucano é o mais citado entre os homens (50,3%) e também entre as mulheres (49,9%).

Entre os jovens de 16 a 24 anos, Riedel registra 50,3%. O índice sobe para 53,6% entre eleitores de 25 a 34 anos e se mantém acima de 49% nas demais faixas etárias. O melhor desempenho proporcional do governador aparece entre os eleitores com ensino superior: 56,6%. Entre os que têm ensino médio, ele marca 49,3%; no ensino fundamental, 45,6%.

Riedel também lidera entre a população economicamente ativa (50,4%) e entre os que não fazem parte da força de trabalho (49,5%).

Os adversários — Capitão Contar, Fábio Trad e Marcos Pollon — apresentam desempenho mais tímido em todos os grupos analisados, com variações que não ultrapassam a faixa dos 23% nas melhores projeções.

Aprovação reforça capital político

Outro dado relevante da pesquisa está na avaliação do governo estadual. A administração de Eduardo Riedel é aprovada por 75,1% dos eleitores de Mato Grosso do Sul. Apenas 20% dos entrevistados desaprovam a gestão, e 4,9% preferiram não opinar.

Com esses números, Riedel se posiciona não apenas como favorito na disputa eleitoral, mas também como principal nome capaz de aglutinar a centro-direita sul-mato-grossense em torno de um projeto de continuidade. A possível saída de Tereza Cristina da disputa e seu eventual apoio à reeleição pode consolidar esse cenário, reduzindo as chances de fragmentação do eleitorado conservador.

Azambuja lidera corrida ao Senado: segunda vaga segue indefinida

A disputa pelas duas vagas ao Senado por Mato Grosso do Sul em 2026 começa a tomar forma e se desenha como uma das mais competitivas do país. Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Paraná Pesquisas, o ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) lidera com 38,3% das intenções de voto, seguido pela ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), que aparece com 29,2%.

A pesquisa, que simula o cenário eleitoral permitindo aos eleitores apontar dois nomes — como será possível no pleito — revela uma disputa embolada pela segunda vaga. A ex-deputada federal e ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), surge com 26,8%, praticamente empatada com Simone Tebet, dentro da margem de erro. O ex-senador Nelsinho Trad (PSD), com 23,8%, também aparece no pelotão principal, configurando uma disputa voto a voto entre as três lideranças.

Outros nomes mencionados no levantamento incluem a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira, com 12,1%, a senadora Soraya Thronicke (Podemos), com 7,7%, o deputado federal Vander Loubet (PT), com 7,4%, e o deputado estadual Gerson Claro (PP), com 3,6%.

A pesquisa indica uma fragmentação significativa do eleitorado, com a presença de várias lideranças com histórico eleitoral robusto e capital político consolidado. Ainda assim, os números também revelam uma margem expressiva de votos em aberto. Somam 4,5% os eleitores que não souberam ou não quiseram opinar e 11,9% os que declararam intenção de votar em branco ou nulo, margem que pode ser decisiva em um cenário de acirramento.

Disputa pulverizada e nomes de peso

O cenário estimulado reflete a força eleitoral de nomes conhecidos no estado. Azambuja, com duas gestões à frente do governo estadual, aparece bem posicionado entre diversos segmentos. Já Simone Tebet, que ganhou projeção nacional após sua candidatura à Presidência em 2022 e atual atuação no governo federal, também mantém presença forte no estado.

Rose Modesto, com trajetória marcada pela atuação legislativa e executiva, especialmente no interior, surge como nome competitivo e com espaço para crescer, especialmente entre os indecisos. Nelsinho Trad, ex-prefeito de Campo Grande e ex-senador, busca recuperar terreno e apresenta desempenho que o mantém tecnicamente dentro da disputa pela segunda vaga.

A pesquisa espontânea, quando o eleitor responde livremente sem ser apresentado a uma lista de candidatos, revela ainda um cenário de baixa definição: 81,1% disseram não saber ou preferiram não opinar. A mais lembrada espontaneamente foi Tereza Cristina (2,9%), que, no entanto, não aparece entre os nomes estimulados para o Senado. Reinaldo Azambuja aparece em segundo, com 2,3%.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre os dias 13 e 16 de maio de 2025, em 44 municípios do estado, com 1.540 eleitores. O grau de confiança é de 95% e a margem de erro estimada é de 2,5 pontos percentuais.

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também