Riedel classifica decisão do Carrefour de não comprar mais carne do Mercosul de ‘absurdo comercial’

Apesar da França ter uma participação de apenas 3% da venda internacional da carne brasileira e a União Europeia entre 3,5% a 5%, a decisão anunciada pelo Carrefour de paralisar a compra da carne brasileira, gerou um movimento muito forte entre os Governos do bloco, notadamente o Brasil.

A decisão do Carrefour na França responde às pressões dos agricultores do país, que estão descontentes com o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. O receio dos Governos do Mercosul é de que a decisão inspire outras grandes empresas europeias a adotar boicotes similares, aumentando as barreiras comerciais para os produtos sul-americanos.

O governador Eduardo Riedel manifestou indignação com a decisão do grupo francês. Nas redes sociais, Riedel afirmou que a atitude do Carrefour não pode ser aceita e representa um “absurdo comercial” que prejudica a relação entre o Brasil e o mercado internacional.

“Nós estamos acompanhando a discussão do Carrefour inibindo e proibindo a compra de carne do Mercosul. É esse tipo de coisa que queremos combater, absurdos comerciais que transportam para essa relação algo negativo”, argumentou o governador.

Boicote

O Mercosul é o bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Bolívia, Paraguai e Uruguai. O anúncio do veto foi feito na quarta-feira (20) pelo CEO mundial da companhia, Alexandre Bompard, em carta a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas da França.

No mesmo dia, o Mapa publicou nota em que rechaçou a decisão do Carrefour e reafirmou a qualidade da carne produzida no Brasil.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, declarou apoio ao movimento de associações de produtores de proteína animal e entidades brasileiras do agronegócio que já suspenderam a venda de carne oriunda dos países do Mercosul nas lojas do país europeu.

Em seguida, entidades do setor, incluindo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também divulgaram uma nota de repúdio e sugeriram a possibilidade de boicotar totalmente a oferta de carne ao grupo Carrefour no Brasil.

Em Mato Grosso do Sul a decisão gerou indignação da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul e da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul)

Os grandes frigoríficos brasileiros, como JBS, Marfrig e Minerva, além de outras indústrias de médio e pequeno porte, anunciaram que não venderão mais carne para as redes do Carrefour no Brasil, incluindo as bandeiras Atacadão e Sam’s Club, que pertencem ao Grupo.

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