A prefeitura de Campo Grande, deu calote de R$ 2 milhões que eram destinados para o pagamento dos editais contemplados pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) e pelo FOMTeatro (Programa de Fomento ao Teatro). A denúncia foi encaminhada à reportagem do site Diário MS News, que ouviu alguns dos artistas prejudicados para explicar mais esse exemplo de má gestão por parte da atual mandatária do Poder Executivo do município.
Segundo o artista Anderson Lima, que é ator, palhaço e produtor cultural, por meio da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), o pagamento dos editais aos contemplados pelos dois fundos de cultura teriam de começar a receber os recursos no início do ano passado. “De lá para cá, a Sectur vem fazendo novos calendários e jogando o pagamento para frente. Esse descaso é tão desgastante para nós artistas, que a gente até fica sem rumo”, lamentou o profissional, informando que alguns artistas conseguiram receber parte do montante a que tinham direito. “O meu projeto, apesar de aprovado, ainda não foi pago”, revelou.
Anderson Lima acrescentou agendou um intercâmbio em outro país, já reservando a data com o profissional e com agência de viagem porque em dezembro do ano passado tinha ficado acertado que a Sectur faria o pagamento. “O contrato foi assinado e estava tudo certo, mas, quando fui verificar o meu contrato ainda estava parado na Sectur, sendo que precisava ter sido enviado para o financeiro. Eu entro em contato lá, mas só dizem que está na Sectur e, lá na Secretaria, dizem que é para procurar o financeiro, ficando esse jogo de empurra-empurra”, criticou.
O artista esclareceu ainda que o problema é que nunca a Sectur fez dessa forma o pagamento, era tudo de uma vez só e de todos os contemplados. “Em razão dessa demora, o proponente não pode prestar conta porque não recebeu e, desse jeito, fica sem poder entrar com outro projeto. Enquanto tem gente que já está prestando contas, outros nem iniciaram o projeto cultural ainda porque não receberam o recurso”, detalhou.
Outro problema apontado por Anderson Lima é que, enquanto a Prefeitura não fizer o pagamento, os artistas que entraram com pedido pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) e pelo FOMTeatro (Programa de Fomento ao Teatro) não podem pleitear recursos de outros fundos, pois, como não executaram o projeto por falta do dinheiro, ficam sem condições de prestar conta para dar baixa no processo. “No meu caso, que só vivo da cultura, estou impedido de participar dos outros editais da cultura, que é um direito meu, faço isso há muitos anos, nunca tive problemas. Se a Prefeitura lançar outro edital, vou entrar na Justiça porque estão me impedindo e impedindo outros artistas de participarem”, avisou.
SERVIÇO – Os leitores que desejarem denunciar alguma irregularidade em Campo Grande pode usar o site [email protected] ou pelo WhatsApp (67) 9961-1287