Ansiedade, insegurança ou medo, sentimentos e sensações que todo estudante passa durante o período pré-vestibular. Acontece que a pressão por obter sucesso nas provas pode acarretar diversas consequências para a vida adulta, incluindo traumas em momentos de tensão. Assim, equalizar a rotina de estudo com momentos de lazer é algo que ganha importância.
A grande dica para fugir dessa condição está na “rotina”. É o que defende Gabrieli Ribeiro, psicóloga do setor psicossocial da Rede Elite, com atuação em Mato Grosso do Sul. Ela conta que o período de estudos é um marcante na vida do adolescente, pois possibilita uma vaga em faculdade, seguir carreira na área que deseja. Segundo ela, no entanto, são comuns as situações em que as cobranças podem sobrecarregar e desequilibrar a saúde mental dos estudantes.
“O aluno, por si só, está dentro de um processo que a fase impõe, que já sinta a pressão – seja vinda da família, seja vinda da própria ideia da sociedade que ele está inserido no momento atual. E os riscos à saúde desse estudante partem do princípio que é uma questão que já é hormonal”, diz.
Considerando a imposição de cobrança, o vestibulando pode sentir-se incomodado, desconfortável. Logo, pode demostrar sinais de descontentamento com a situação, por exemplo: afastando-se do convívio familiar, passando horas trancado no quarto estudando, somado até por crises de ansiedade, pânico e depressão.
“As cobranças partem de princípios sistêmicos, principalmente quando a família tem uma pressão grande sobre esse filho, sobre a história que esse filho está construindo. O papel que a família exerce durante o pré-vestibular funciona como um gatilho, principalmente no sentido de não acreditar que seja capaz de realizar as projeções e expectativas que a família”.
Quando se fala em consequências de gatilhos, a profissional pontua que há riscos exponenciais em crescimento, como a automutilação. “A gente tem índices de tentativas de suicídio até a concretização do suicídio. Quando esse estudante, essa pessoa tem um abalo emocional mais forte, mais intenso, mais profundo e passa por esses mecanismos de achar ou até mesmo não conseguir corresponder às demandas que o momento atual exige, que é a pressão do vestibular, que é a questão familiar em torno disso”.
É o que passa a vestibulanda Thamires Conceição Prada, de 16 anos, que se prepara para prestar vestibular com o sonho de cursar Arquitetura e Urbanismo. Ela relata que ela mesma se cobra e já perdeu fins de semana estudando por ansiedade. A família até insiste para que ela saia mais e mantenha o lazer em dia. “Não tem como não sentir ansiedade e o frio a barriga, é algo que pode definir a nossa vida, por isso me preparo muito”.
Descanse o cérebro
Fugir do autoritarismo e oferecer ao vestibulando uma rede de apoio é de extrema importância, segundo Gabrieli, pois o jovem se sente amparado emocionalmente. A profissional indica os ‘pilares da psicologia’: a família, o corpo estudantil, amigos e o tempo de lazer.
A grande dica para a estabilidade nesse momento sensível é a organização de um cronograma, ter disciplina na maneira como organiza o tempo de lazer, de estudo e de autocuidado. O cronograma pode ser online ou até em uma simples folha de papel com horários e as tarefas que devem ser feitas no dia a dia.
“O estudante tem que ter em mente que deve se planejar para manter a saúde mental em dia. Por exemplo, ter um tempo de lazer, tempo de descanso, ter a higiene do sono e ter o tempo de estudo. A pessoa tem que ter maior sono possível, dormir cedo, a quantidade de sono vai garantir que o cérebro possa trabalhar na assimilação de todo conteúdo. Sempre digo: não adianta estudar o dia inteiro e não descansar o tempo de assimilação e acomodação, o que acontece no sono”.
Dicas de ouro para o pré-vestibular
- Gerencie seu tempo.
- Durma e descanse o corpo.
- Tenha o tempo de estudo.
- Faça exercício físico.
