Período chuvoso traz nova onda de buracos nas ruas em Campo Grande

O retorno das chuvas traz consigo velhos conhecidos dos moradores de Campo Grande, os temidos buracos. Ao percorrer algumas ruas da Capital, a reportagem do Correio do Estado constatou diversos buracos nas vias, que aumentaram em decorrência das fortes chuvas, como, por exemplo, na Avenida Souza Lima, onde em duas quadras foram identificados 17.

Renata Marques, 32 anos, trabalha em um supermercado na Avenida Souza Lima, no Bairro Universitário 2, e relata que as chuvas que ocorreram na última semana abriram vários novos buracos na via, mas que o problema é recorrente.

“É sempre assim, começa a chover e já temos buracos. Começa bem pequeno e, depois da chuva, aumenta. Aqui temos vários. Esse é um problema recorrente nessa rua, eles sempre tentam maquiar, mas eles retornam”, explicou.

Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), as chuvas não permitem que os buracos sejam tapados e acabam abrindo novos, aumentando a quantidade de vias que precisam receber manutenção.  

Em outra região da cidade, na Rua Marquês de Herval, Bairro Mata do Jacinto, moradores relatam que motoqueiros já chegaram a cair nos diversos buracos da via, visto que não há placa de sinalização alertando a população sobre a presença dos buracos. 

Contudo, o motorista Alexandre Leão, 43 anos, apontou que o mesmo cenário se repete em quase toda Campo Grande.  

“Eu circulo por diversas regiões de Campo Grande todos os dias, em decorrência do meu trabalho, e a situação está muito crítica em toda a cidade em relação aos buracos. A prefeitura poderia dar uma atenção melhor para essa questão”, relatou.

“É sempre assim, tampa buraco, fecha buraco e volta tudo de novo. Eu trabalho no trânsito, isso é muito complicado e perigoso, já perdi pneu, aro da moto e outros problemas por isso”, completou.

PREJUÍZO
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as precipitações em Campo Grande devem continuar até esta quarta-feira.

Na região do Bairro Santo Amaro, o professor de Educação Física Rogério Almeida, 30 anos, diz que é preciso fazer um verdadeiro zigue-zague para desviar dos buracos da via em que mora.

“Me preocupo com a segurança da minha família, os motoristas tentam desviar dos buracos, mas são vários e próximos um do outro. Além de prejudicar bastante o próprio carro. Logo, logo já vou marcar para fazer a revisão”, comentou.

Em outro ponto da cidade, na Rua Rivaldi Albert, Jardim Morenão, há três buracos causando prejuízo e preocupação para os moradores da região. Um bem grande e outros dois menores ocupando a faixa da esquerda. Em função disso, os motoristas precisam invadir a faixa ao lado para desviar.

O aposentado Marcelo Mendes, 64 anos, conta que há muito tempo os buracos estão no local e que, por isso, evita passar pela via.

“Alguns conhecidos colocaram paus e bananeiras em um dos buracos para sinalizar, é um perigo! Se um motociclista chegar a cair nele, algo muito sério poderá acontecer”.

ESBURACADA
Campo Grande chegou a tapar quase 500 mil buracos entre 2018 e 2019, segundo levantamento feito pela prefeitura. Em 2018, foram 300 mil buracos no asfalto consertados, enquanto em 2019 foram mais de 190 mil, redução de 37% em relação ao ano anterior.

Em 2020, houve redução das equipes em função da pandemia de Covid-19, como forma de conter gastos.

REPARO
Com as chuvas dos últimos dias, as obras de tapa-buraco e manutenção de vias não pavimentadas estão comprometidas. De acordo com o titular da Sisep, Rudi Fiorese, durante o período de abril a setembro o cronograma de obras é reduzido, por conta do período climático estável, e com o retorno da chuva, o trabalho é redobrado.

“Temos mais de três mil quilômetros de ruas asfaltadas, é inevitável que abram buracos com o retorno das chuvas. No período de estiagem, diminuímos o número de equipes nas ruas, agora, com o retorno das chuvas, vamos aumentar o número de equipes para resolver essa questão”.

Até janeiro de 2022, a Prefeitura de Campo Grande tem contrato com as empresas Engenex Construções e Serviços Eireli e André L. dos Santos Eireli, no valor de R$ 30.483.811,99, para a realização das obras de tapa-buraco na Capital.

O contrato seria encerrado em janeiro deste ano, mas a administração estendeu o prazo por mais 12 meses pelo mesmo valor. Desde 2018, a cidade tem reduzido os gastos com o serviço e focado no recapeamento de vias. Naquele ano, foram gastos R$ 34 milhões para o serviço ser feito.

Já em 2019 foram investidos R$ 18,3 milhões, e o valor atual (R$ 30 milhões) é referente a 2020 e 2021.

Em razão dos recentes buracos constatados na Capital, Fiorese explicou que hoje são sete equipes na ativa na Capital para o serviço de manutenção das vias, mas ainda não são suficientes para resolver o problema dos buracos durante o período chuvoso.

“Estamos passando de sete equipes nas ruas para 10, em função dos novos buracos. Como era um período de estiagem, a gente aproveitou para reduzir as equipes e agora será necessário aumentar. Com o retorno do sol, em quatro dias colocamos tudo em ordem novamente”, afirmou Fiorese.

O titular da Sisep destacou que em Campo Grande os buracos não chegam em tamanhos de risco, pois existem diversas obras de recapeamento em execução.

“Os buracos grandes acontecem em asfalto envelhecido. Campo Grande tem passado por um processo de recapeamento em diversas vias, isso diminui o surgimento desse tipo de problema”, apontou Fiorese.

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