Pantanal – queimada, seca e desolação…

Realidade e mitologia se encontram

Olivro do Gênesis na Bíblia narra o mito da Arca de Noé. A parábola leva a uma série de reflexões. Nosso dever ético para com o meio ambiente, a interdependência entre os seres vivos que habitam o planeta. O homem na busca da redenção frente suas falhas. A riqueza da narrativa mostra o poder da natureza frente a soberba insignificante do homem. As parábolas mitológicas buscam explicações complexas da vida humana, alguma razão nos aspectos da natureza e da existência.

Atravessei o Pantanal essa semana. Depois de passar a cidade do Rio Negro, pela estrada do Corixão, alcancei o centro da Nhecolandia. De fazenda em fazenda, pelas trilhas pantaneiras, cheguei a Curva do Leque e Porto da Manga. A paisagem é desoladora, calor infernal, poeira e seca. Andei quase 300 km, nunca tinha visto minha terra tão sofrida e castigada. Felizmente, nessa grande região percorrida não vi nenhuma queimada, os grandes incêndios estão na beira do Rio Paraguai, a visão da destruição do que queimou é estarrecedora.

A foto acima mostra os milhares de poços feitos pelos pantaneiros. São de baixa profundidade, compostos de um conjunto de placa solar e uma bomba elétrica.

Realidade e mitologia se encontram. Parte das narrativas mitológicas estão para explicar a psique humana, a psicologia e a filosofia tratam disso. A outra parte encontra nossos fatos, estão expostas a nossos olhos.

As aguadas pantaneiras me remeteram a Arca de Noé. Nossos animais passam necessidades, não morrem de sede!!

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