Professor Joaquim de Oliveira vai enfrentar grupo de Jaime Teixeira, eleito presidente em 2021 com pouco mais de 30% dos votos
A hegemonia que já dura mais de 20 anos na Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems) será colocada à prova nas eleições que acontecem na primeira quinzena de junho em todo o Estado.
A oposição está em plena articulação, realizando reuniões em diversos municípios com o objetivo de consolidar a candidatura do professor Joaquim de Oliveira Neto, que tem como uma de suas principais bandeiras fazer com que os filiados retornem ao convívio no movimento sindical.
Na eleição deste ano, a atual vice, Deumeires de Moraes, deverá ser a candidata do presidente Jaime Teixeira para garantir mais cinco anos de poder ao grupo que se encastelou na Fetems.
“O mesmo grupo está no comando há mais de 20 anos, tendo disputado quatro eleições com chapa única. Por conta disso, os professores estão muito descontentes, pois a entidade não os atende como deveria, priorizando sobretudo os interesses pessoais do Jaime [Teixeira], que sempre é candidato a vereador ou deputado”, criticou Joaquim de Oliveira.

Distanciamento das bases
A possibilidade de Joaquim de Oliveira quebrar a hegemonia na Fetems vem se ampliando cada vez mais. Os resultados da última eleição, realizada em 2021, são os principais indicadores dessa situação.
Naquele ano, apenas uma chapa foi registrada, a Fetems Forte, encabeçada por Jaime Teixeira, reeleito presidente, tendo como vice Deumeires Morais.
Os dois dirigentes, cujo mandato se encerra este ano, foram rejeitados por quase 70% dos 26.316 filiados aptos a votar, tendo sido eleitos por pouco mais de 30% dos educadores, conquistando ao final apenas 8.309 votos.
Dos 26.316 que poderiam votar, apenas 9.917 compareceram às urnas. A ampla maioria, no total de 16.399 eleitores, se absteve. Além disso, outros 1.608 educadores votaram em branco.
Abstenção histórica
Pelo fato de a eleição ter sido realizada de forma virtual, chamou a atenção a elevada abstenção pelo fato de em junho de 2021 o Brasil estar enfrentando o auge da pandemia da Covid-19, quando as restrições sanitárias obrigavam as pessoas a permanecer em casa.
“Queremos uma Fetems com portas abertas ao professor, para que faça parte da Fetems. Não queremos uma Fetems de visão política partidária, mas para o professor. Que não seja curral de nenhuma liderança política, mas para atender o professor”, argumentou Joaquim Oliveira.
Quem é Joaquim de Oliveira
Ativista das pautas sociais, professor e advogado, Joaquim Oliveira é formado em Filosofia, com a habilitação em História e Sociologia, e em Direito pela UCDB.
Servidor público estadual efetivo desde 2000, já lecionou em escolas estaduais, municipais e privadas.
É filiado ao Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Escola Pública há 20 anos, participando ativamente dos movimentos sindicais pela melhoria salarial, das condições de trabalho e valorização dos professores.
Integrante do Conselho da Comunidade de Campo Grande (CCG-MS), que desenvolve o projeto social “Revitalizando a Educação com liberdade”, em parceria com a Vara de Execuções Penais.