No aniversário de 44 anos, MS enxerga fim da pandemia com avanço da vacinação

O dia 14 de março de 2020 foi histórico para Mato Grosso do Sul. Nesta data, o Estado teve seus primeiros dois casos de COVID-19 confirmados, em Campo Grande. De lá para cá, foram 9.588 mortes e 373.980 casos confirmados da doença. Mais de um ano depois de enfrentamento ao novo coronavírus, o Estado vislumbra o retorno à normalidade graças ao avanço da vacinação. Às vésperas do aniversário de 44 anos da criação do Estado, até o último dia 7 de outubro, mais de 60% da população estava completamente imunizada.

Para o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, Mato Grosso do Sul se aproxima do fim da pandemia graças ao ritmo acelerado de vacinação do público. “Acredito [que a pandemia está chegando ao fim]. Para tanto, estamos conclamando uma pequena parcela da população que ainda é resistente à vacina e que não acredita muito nas normas de biossegurança”, disse ao O Estado Online.

“Mas caminhamos para a chamada imunidade coletiva, quando a transmissão do vírus cairá drasticamente, e, consequentemente, teremos uma redução significativa dos casos novos e, principalmente dos óbitos, pelo coronavírus”, completou.

Na avaliação do titular da SES (Secretaria de Estado de Saúde), a união de esforços entre prefeituras e governo do Estado foi determinante para que Mato Grosso do Sul pudesse caminhar a passos largos para o topo do ranking de estados que mais vacinam, posição em que permaneceu na maior parte do ano. O posto foi perdido para São Paulo apenas na semana passada.

“Sempre digo que isso é resultado da unidade que construímos aqui, entre o governo do Estado, prefeitos e prefeitas, secretários e secretárias municipais de saúde e a colaboração dos milhares de profissionais de saúde, tanto aqueles que sempre estiveram na linha de frente, quanto os que permaneceram na retaguarda dessa luta gigantesca”, afirmou.

Para a infectologista do COE (Centro de Operações de Emergências), Mariana Croda, a luta contra o vírus continua já que a pandemia pode se estender. “É difícil falar em fim da pandemia, uma vez que o coronavírus já mostrou que tem capacidade de mutação”, enfatizou.

“Mas, com o avanço da vacina e estudo de medicamentos, eu acredito que, mesmo que a gente tenha uma nova elevação no número de casos, nós vamos conseguir fazer uma resposta muito mais rápida, tanto na vacina quanto na assistência à saúde e vigilância epidemiológica”, afirmou.

Enfrentamento e vacinação

O titular da Saúde no MS, Geraldo Resende, destacou a agilidade para lidar com o novo coronavírus. O COE (Centro de Operações de Emergências) foi instituído antes mesmo da OMS (Organização Mundial de Saúde) classificar o surto de COVID-19 como pandemia, o que ocorreu no dia 11 de março de 2020. O comitê foi criado em 31 de janeiro e foi responsável por determinar as ações. “Essa estrutura veio para auxiliar na definição de diretrizes de vigilância, prevenção e controle da doença”, lembrou.

A infectologista do COE, Mariana Croda, afirmou que o grupo foi necessário para orientar governo sobre os passos para o enfrentamento do coronavírus. “Houve essa resposta rápida, da criação deste centro multidisciplinar em janeiro, que auxiliou muito Mato Grosso do Sul na tomada de decisões, sempre pautado em quesitos técnicos, com pesquisadores, profissionais e consultores que nos ajudaram a construir todo o planto de Mato Grosso do Sul”, reafirmou.

Com as diretrizes, houve o alinhamento entre prefeituras e Estado, o que surtiu efeito na vacinação. Segundo Resende, o suporte dado pelo governo do Estado para as cidades imunizarem sua população, mesmo que fosse nos fins de semana, foi essencial.

“Criamos um incentivo financeiro para aqueles municípios que aplicam com eficiência as vacinas que lhes mandamos, sempre orientando para que as mesmas não fiquem por muito tempo nas geladeiras, mas que sejam aplicadas com rapidez. Para tanto, nós incentivamos a vacinação nos finais de semana, em feriados ou até mesmo em períodos mais prolongados do dia”, detalhou. O valor do incentivo criado em junho deste ano era de R$ 5.899.727,40 para que os municípios ampliassem os horários de vacinação.  Na última semana, o valor aumentou para R$ 17.886.884,40.

Outra ação lembrada pelo secretário foi a busca ativa em regiões mais distantes dos centros urbanos.

Por sua vez, Croda avaliou que a situação de tendência na queda de casos e mortes é fruto de ações pautadas na ciência. “O resultado que Mato Grosso do Sul tem hoje foi por ações técnicas coordenadas e baseadas na ciência”, ressaltou.

(Com Dayane Medina)

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