Senador lidera colegiado parlamentar latino-americano e afirma que MS será um dos grandes beneficiários
Após longo, exaustivo e intrincado processo de negociações, enfim foi assinado nesta sexta-feira (6) o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, debatido por mais de 20 anos. O presidente da Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), senador Nelsinho Trad (PSD), afirmou que além de os continentes europeu e latino-americano saírem fortalecidos, Mato Grosso do Sul está entre os grandes beneficiários diretos.
O acordo foi anunciado durante a reunião da cúpula do Mercosul, no Uruguai. Além da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estavam presentes mandatários e representantes de países latinos, entre os quais o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, o argentino Javier Milei, o paraguaio Santiago Peña, o boliviano Luis Arce e o uruguaio Luiz Alberto Lacalle Pou.
AVANÇO HISTÓRICO
Para Nelsinho Trad (PSD-MS), os impactos deste acordo serão dos mais positivos para o Brasil e, em particular, para Mato Grosso do Sul, estado com uma forte presença no agronegócio. “Este é um marco histórico para o Mercosul e para o Brasil. Após décadas de negociações, nós avançamos significativamente na consolidação de uma das maiores zonas de livre comércio do mundo. Sempre defendi que nossos produtores fossem ouvidos e respeitados”, comentou.
Reconhecido na economia internacional por sua produção de carne e grãos, sobretudo a soja, os ganhos locais serão potencializados, o que vai ampliar as exportações. Voz ativa pelos interesses dos produtores e do agro brasileiro no Parlasul, especialmente diante de desafios como o recente boicote de redes varejistas francesas às carnes do Mercosul, o senador não deixa de observar: “O boicote francês afrontou os nossos produtores. Não aceitaremos atitudes unilaterais que desrespeitem quem trabalha duro para garantir qualidade e sustentabilidade nos produtos brasileiros”, disparou.
ENXUGAMENTO TARIFÁRIO
O acordo prevê a eliminação de aproximadamente 90% das tarifas comerciais entre os blocos, beneficiando setores como o agrícola no Mercosul e o industrial na União Europeia. Estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro possa aumentar em 0,46% até 2040, com um incremento de 1,49% nos investimentos e um acréscimo de R$ 1,8 bilhão na balança comercial.
A próxima sessão do Parlasul está agendada para 9 de dezembro, logo após a Cúpula do Mercosul. Nelsinho destacou a importância do corredor bioceânico no contexto. “A integração proporcionada pela Rota Bioceânica, que já está com mais de 60% das obras concluídas, será um suporte fundamental para ampliar nossos mercados e fortalecer nossa economia”, prevê.
O acordo precisa ainda que sejam cumpridas algumas etapas, como a tradução do texto nas 23 línguas oficiais da União Europeia e a aprovação pelos respectivos parlamentos. O livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia abrange cerca de 720 milhões de pessoas e representa aproximadamente 20% do PIB global.