Mães voltam a pedir insumos e melhor atendimento aos filhos com deficiência

Na Avenida Afonso Pena, protesto reuniu cerca de 20 mulheres

Um grupo de mães atípicas continua a reivindicar insumos e melhor atendimento aos seus filhos, por parte da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande. Com a presença de viaturas da GCM (Guarda Civil Metropolitana), o protesto aconteceu na Avenida Afonso Pena com a 14 de Julho, na tarde desta quarta-feira (15).

Elas reforçam que ainda não têm as necessidades dos filhos atendidas integralmente pela gestão, que faltam profissionais especializados, medicamentos, alimentação adaptada e fraldas.

Elisângela Silva, de 42 anos, é mãe do Enzo, que tem 8 anos e vive com uma cardiopatia congênita completa, com necessidade de marcapasso e cuidados paliativos para hipertensão. Ela diz que o grupo tem cerca de 240 mães e que o problema atinge a todas.

“A gente não consegue movimentar todas elas por conta que às vezes a mãe tem mais criança, essa criança é dependente unicamente da mãe, a mãe não consegue deixar com outra pessoa por causa da gravidade dessa criança. Não estamos brigando pela saúde de Campo Grande, porque não é só a fralda, o leite, os insumos, as medicações também, que não está tendo”, disse Elisângela

Já a cabeleireira Graziane Farias, 42 anos, mãe de um jovem de 18 anos com paralisia cerebral, não faz uso dos serviços de saúde pública, mas entende o sofrimento das outras mulheres e ajuda a fortalecer a causa.

“Desde 2009, eu viajo a São Paulo para tratamento médico do meu filho. Se eu dependesse somente de Campo Grande, hoje eu teria meu filho todo atrofiado. O desgoverno que deixa a mãe doente, é o sistema, porque todas as vezes nós vamos buscar ajuda aqui é porta fechada. O sistema está adoecendo nas mães atípica”, lamenta.

Entenda – As mães iniciaram esse movimento no CEM (Centro de Especialidades Médicas) no último dia 6, mas a resposta da Sesau veio no dia 9, pela secretária Rosana Leite Melo.

“Alguns fornecedores, por problemas que fogem à nossa governança, não entregaram as fraldas e dietas contratadas. Esses casos foram notificados, e, infelizmente, pela norma legal, eles têm prazos que podem chegar a 30 dias para cumprir a entrega. Estamos cobrando e esperamos que isso seja normalizado nos próximos dias ou semanas”, afirmou Rosana na oportunidade.

Em um comunicado oficial, a Sesau detalhou que, entre setembro e dezembro de 2024, foram distribuídas 26.986 unidades de dietas enterais para 693 pacientes e 263.938 tiras de fraldas para 1.556 pessoas.

Apesar disso, a pasta admitiu que dos 13 empenhos emitidos nesse período, apenas cinco empresas entregam os produtos de forma completa e dentro do prazo. Outras quatro não realizaram nenhuma entrega e mais quatro fizeram entregas parciais, gerando um desabastecimento pontual.

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