Professor destaca que candidatos fortes nas redes também estão fortalecidos fora dela
Candidatos adotaram a internet como ferramenta de campanha/Foto: Marcos Maluf
Em constante moldagem, os métodos de campanha eleitoral se renovam a cada eleição e é claro que as redes sociais, como tendência predominante, estão trazendo um formato cada vez mais digital.
O período oficial de campanha eleitoral começou na última sexta-feira (16), diferente de anos anteriores, muitos candidatos nem se quer foram às ruas no primeiro dia e usaram as redes sociais para anunciar os seus trabalhos.
Vídeos curtos, muitas vezes cortes e até mesmo montagens, estão influenciando na escolha do voto. Os resultados são como uma montanha-russa, hora são positivos e às vezes custam um “cancelamento” (termo usado para um posicionamento ‘errado’, gerando comentários negativo).
Tem muito candidato atrasado no mundo digital, aproveitando para deixar uma lacuna e dizer que também no mundo intelectual. Mas existem também aqueles que nem saem de casa e ficam 100% da campanha e até mesmo do mandato somente nas redes sociais. Contraditório né, mas a gente conversou com um especialista e a entrevista pode ajudar você e entender o perfil dos candidatos e te ajudar na escolha do voto.
Em entrevista à Revista A Foto, o Professor Daniel Estevão Ramos de Miranda, doutor em Ciência Política e Docente na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul explica a importância, neste início de campanha, tantos das ações presenciais, como os ‘adesivaços’ e o impacto das redes sociais no pleito deste ano.
“Eu penso que elas são complementares. Os candidatos não fazem mais apenas a adesivagem, eles o fazem, gravam e, dessa forma, geram conteúdos para alimentar suas redes sociais. Claro que conteúdo postado nas redes tem muito mais alcance do que propaganda física, panfletos e adesivos, mas a vantagem da propaganda física sobre as redes é que o usuário da internet pode bloquear ou ‘passar por cima’ de algum conteúdo, sem dar atenção para aquilo. Internet é muito volátil, já adesivos e panfletos engajam mais a atenção, embora de menos pessoas”, destaca.
Questionado se as redes sociais serão a peça-chave para definição de apoios e votos, ele cita que a importância se dá no fortalecimento dos movimentos. “Há muitas eleições ela (internet) vem sendo chave já, embora não se possa exagerar seu potencial, candidatos fortes nas redes são aqueles já fortes também fora dela e as redes tendem a ampliar, consolidar voto, mobilizar apoios, etc. Então, é chave, sim, mas nesse sentido de fortalecer movimentos que já estão em curso na sociedade ou na política”, explica.