Incidência de escorpiões aumenta em áreas urbanas: como prevenir e agir em caso de acidentes

Pesquisa recente do Ministério da Saúde mostra que em 2023, dos cerca de 340 mil acidentes registrados envolvendo animais peçonhentos, mais de 200 mil foram ocasionados por escorpiões. A presença de escorpiões em áreas urbanas é uma preocupação crescente, especialmente em regiões onde o acúmulo de entulho, lixo e a falta de limpeza adequada criam ambientes propícios para sua proliferação. Segundo o biólogo Bruno Conde, professor do curso de Medicina Veterinária da Estácio, o aumento de avistamentos desses animais está diretamente ligado à criação de condições favoráveis, como locais escuros e úmidos.

De acordo com Conde, “os escorpiões se sentem atraídos por ambientes onde há acúmulo de entulhos, como pedras, madeiras e resíduos de obras, além de locais com uma boa disponibilidade de alimento, como pequenos insetos e baratas, que são suas presas preferidas”. A expansão urbana desordenada, combinada com a remoção de áreas naturais e o aumento de lixo nas cidades, também contribui para a disseminação desse problema, especialmente em épocas mais quentes e chuvosas, quando os escorpiões se tornam mais ativos.

Como prevenir o aparecimento de escorpiões

Para reduzir o risco de aparecimento de escorpiões, o especialista recomenda ações simples, mas eficazes. “Uma das principais estratégias é o controle de pragas, como baratas e outros insetos, que servem de alimento para os escorpiões. Além disso, manter os ambientes domésticos limpos, eliminando lixo, entulho e materiais acumulados, pode fazer uma grande diferença”, explica Conde.

Outra medida importante é vedar entradas em casas e apartamentos. Selar frestas em portas, janelas, ralos e vãos é fundamental, já que esses animais podem acessar o ambiente doméstico por esses locais, muitas vezes através do sistema de esgoto, onde encontram uma alta concentração de insetos. A iluminação adequada de áreas escuras, como porões e garagens, também ajuda a inibir a presença dos escorpiões, que preferem ambientes com pouca luz.

O que fazer em caso de picada

Em caso de acidente, Bruno Conde alerta sobre a necessidade de buscar atendimento médico imediato. “Nunca deve ser feito o uso de torniquetes ou outros métodos populares. A recomendação é lavar o local da picada com água e sabão e levar a pessoa o mais rápido possível a um hospital de referência, onde será administrado o soro antiescorpiônico”, orienta o biólogo.

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