Igreja dos 12 pastores nomeados por Adriane foi a origem do ex-prefeito Gilmar Olarte

Com a missão de levar o evangelho e fazer discípulos, a IADMCG (Igreja Assembleia de Deus Missões de  Campo Grande) também faz sucesso em arrebanhar eleitores. Frequentada pela prefeita Adriane Lopes (PP), que inclusive já nomeou 12 pastores para cargos comissionados na prefeitura, a igreja foi a origem de Gilmar Olarte (sem partido), o ex-prefeito da Capital que renunciou por corrupção.

Apesar de ser mais conhecido pelo período em que liderou a ADNA (Assembleia de Deus Nova Aliança), o passado religioso de Olarte foi destacado em 2014. Com a cassação de Alcides Bernal (PP), evento político que anos depois acabou na mira da operação Coffee Break por corrupção e improbidade administrativa, o vice foi empossado prefeito.

No discurso de boas-vindas do novo chefe do Poder Executivo, o então vereador Elizeu Dionizio destacou a participação de Olarte na igreja.

“Vamos retomar os sonhos, não só de 270 mil, mas de 800 mil habitantes, que é colocar Campo Grande no caminho do desenvolvimento, da pujança. Campo Grande é forte. O clima que você trouxe a esta Casa é diferente, população que ora se encontra aqui, é um povo ordeiro, diferente do povo que o antecessor trazia aqui, incitando a fazer baderna. Hoje vivemos um ano novo, tudo renova, tudo começa a partir de agora, com a oportunidade de escrever uma nova história. Conheço sua capacidade de liderar, de agregar, quando foi líder de jovens da Igreja Assembleia de Deus Missões”.

Filho do pastor Antonio Dionizio, que preside a igreja desde 1991, Elizeu foi vereador e deputado federal. Ao longo dos anos, a ADMCG ainda contabiliza a vitória do atual deputado estadual Lídio Lopes (esposo de Adriane) e de Junior Longo, que foi vereador em Campo Grande.

Em culto da igreja no fim de 2024, o pastor Lidio Lopes rememorou o ano de 2008, quando levou ao templo o símbolo da primeira vitória: diploma de vereador de Campo Grande.

Sobre a eleição da esposa, ele afirmou que houve dificuldades em conseguir apoios, mas que Deus, verdadeiramente, soprou o nome de Adriane pelos quatro cantos da cidade. Ele também exaltou o sucesso do projeto de poder.

“Deus tem nos honrado e foi por isso, que juntos com essa igreja, pastor Dionízio e todo o ministério, nós começamos um projeto em 2006. Em 2008, nós fomos vitoriosos. 2010 vitoriosos, 2014 vitoriosos, 2018 vitoriosos, 2020 vitoriosos, 2022 vitoriosos e 2024 vitoriosos para a glória do nome do Senhor”. Todos os anos citados foram de eleições.

Conforme o Campo Grande News a prefeita nomeou 12 pastores da sua própria igreja na prefeitura, com salários de R$ 4.403 a R$ 9.567. A lista tem Hemerson Ortiz da Mota, Marcos Ferreira Chaves de Castro, Jorge Luís Franco, Julinei Herão Ferreira, Emerson Marques do Amaral, Moacir Frank da Costa, Jusley Gonçalves Lopes, Enoque Camposano, Emerson Irala de Souza, Jadir Cabral, Ciro Vieira Ferreira e Fausto Azevedo Tlaes,

Olarte fez história

O ex-prefeito Gilmar Olarte fez carreira política a partir da atuação como pastor evangélico. No entanto, após o mandato de um ano e meio, ele se tornou o primeiro prefeito preso na história de Campo Grande por corrupção. 

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Olarte foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul a oito anos e quatro meses. Ele cumpriu parte da pena e obteve progressão de regime para o semiaberto, aberto e condicional.

Ele também foi condenado a quatro anos por não provar a origem do dinheiro investido na compra de um terreno e construção de uma mansão no residencial de luxo Damha, na Capital. Ele recorreu da sentença e a pena foi mantida pelo TJMS. Atualmente, o recurso está no Superior Tribunal de Justiça.

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