Parceria busca agilizar o atendimento odontológico e integrar cuidados para pacientes que necessitam de radioterapia em Mato Grosso do Sul.
ACoordenadoria de Saúde Bucal da Secretaria de Estado de Saúde (SES) tem dado passos significativos para melhorar o atendimento aos pacientes com câncer de cavidade oral, cabeça e pescoço em Mato Grosso do Sul. Com o objetivo de desenhar fluxos e alinhar processos, a equipe da SES está visitando as Unidades de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons) de todo o estado, incluindo a Santa Casa Regional, o Hospital do Câncer, e o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), da Rede Ebserh, com o objetivo de estruturar um plano de atenção oncológica para esses pacientes.
Durante uma reunião recente no Humap-UFMS, a Chefe da Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do hospital, Mayara Rodrigues Mota, compartilhou detalhes sobre o encontro e a importância desse trabalho colaborativo. “A equipe da Coordenadoria de Saúde Bucal da SES, Secretaria de Saúde, me procurou para que nós pudéssemos conversar sobre o fluxo de acesso do paciente com câncer de cavidade oral, câncer de cabeça e pescoço na nossa instituição”, explicou Mayara.
Na equipe da SES estão a Endodontista Caroline Murat Amadeu Marti e a Cirurgiã-Dentista Giovana Soares Buzinaro, que, juntamente com outros profissionais, estão empenhados em compreender as particularidades do fluxo de pacientes em cada instituição. De acordo com Mayara Rodrigues Mota, “eles estão visitando todas as Unacons de Campo Grande, como Santa Casa Regional, Hospital do Câncer e nós do Humap, para poder entender como é o fluxo desses pacientes em cada instituição, porque cada um tem suas peculiaridades.”
Um dos pontos centrais discutidos na reunião foi a importância do atendimento odontológico para pacientes que serão submetidos à radioterapia de cabeça e pescoço. “Todo paciente que vai fazer radioterapia de cabeça e pescoço antes tem que passar pela avaliação do dentista. Então o dentista precisa avaliar qualquer tratamento que for necessário dentro da boca, da cavidade oral deste paciente, tem que ser feito prévio ao início do tratamento de radioterapia”, destacou Mayara. Esse cuidado é essencial para prevenir complicações, como toxicidades e osteorradionecrose, que podem comprometer a saúde óssea do paciente.
Uma das vantagens oferecidas pelo Humap-UFMS em comparação a outras instituições é a integração do atendimento odontológico ao tratamento oncológico, sem a necessidade de regulação para outros serviços. “Nós explicamos que aqui, diferente das outras instituições, o paciente chega e ele tem o serviço completo de odontologia de tratamento odontológico prévia à radioterapia. Ele não precisa ser regulado novamente para o sistema de regulação de vagas, o Sistema Nacional de Regulação (SISREG). Ele faz tudo aqui internamente”, ressaltou Mayara.
A reunião também abriu caminho para a possibilidade de novos fluxos de atendimento que agilizem o processo para os pacientes, permitindo que iniciem o tratamento odontológico enquanto aguardam na fila para a radioterapia. “Enquanto ele espera na fila, quem sabe, né, o paciente já possa ir fazendo todo o tratamento odontológico, porque aí, quando ele chegar no serviço de radioterapia, ele já vai estar com tudo pronto”, ponderou a Chefe da Unidade de Hematologia.
Mayara Rodrigues Mota expressou satisfação com a oportunidade de colaborar com a SES e se colocou à disposição para contribuir na criação de protocolos e processos que melhorem o atendimento oncológico no estado. “Foi uma reunião muito produtiva, muito interessante. É o início de um processo longo de desenvolvimento de um plano de atenção oncológica de pacientes de câncer cabeça pescoço no estado, que é algo que é urgente e ainda não foi desenvolvido. Então nós fizemos parte deste processo”, finalizou.
Sobre a Ebserh
Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.