Estimada em 47,7 mi de hectares e produção de 166,28 mi de toneladas em primeiro levantamento realizado pela Conab, a próxima safra de soja (24/25) se antecipa como altamente desafiadora, em função das mudanças climáticas em curso, prevendo-se diversos efeitos adversos, que serão distintos para as diferentes regiões do país.
O produtor de soja precisa se preparar para essa situação desfavorável. De acordo com as observações do CESB, acompanhando os melhores produtores de soja do Brasil, nos últimos 15 anos, para alcançar altas produtividades na soja, é essencial considerar uma combinação de fatores agronômicos, técnicos e ambientais. Aqui estão alguns dos principais:
Seleção de Cultivares: Seguir as indicações do Zoneamento de Risco Climático (ZARC), escolhendo cultivares adaptadas ao clima e ao solo da região, que apresentem tolerância/resistência a doenças e pragas; potencial para boa produtividade, com alto vigor e poder germinativo. Replantio significa custo e, nas condições atuais, não há certeza de que haverá segunda chance.
Densidade de Plantio: A densidade ideal de plantio pode variar, mas é importante evitar tanto a superlotação quanto o espaçamento excessivo, para maximizar a produção por unidade de área. Considerar ciclo, altitude e amplitude térmica.
Manejo do Solo: Utilizar as recomendações para o plantio direto na palha, o que melhora a aeração e a capacidade de retenção de água do solo, favorecendo o rápido desenvolvimento das raízes e seu aprofundamento. A correção do pH e a adubação adequada também são cruciais.
Correção do solo e adubação: A soja precisa de nitrogênio, fósforo e potássio em quantidades balanceadas, além de micronutrientes. O uso de inoculantes e co-inoculantes permite a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo custos. A coinoculação com Azospirillum aumenta a produção de pelos radiculares e o crescimento das raízes, beneficiando as plantas com melhor absorção de água e nutrientes.
Manejo de Água: A soja necessita de um suprimento adequado de água, especialmente durante a floração e a formação dos grãos. O manejo eficiente da irrigação, se necessário, pode ajudar a evitar estresses hídricos. O manejo da estruturação do solo, em cultivos “sequeiros”, permite o aumento da água disponível no solo. Água disponível no solo é mais importante do que pluviosidade. No cultivo sequeiro, o manejo do solo, a correção e a adubação correta permitem que o solo armazene água para a cultura enfrentar períodos de estiagem.
Controle de Pragas e Doenças: Monitorar e controlar pragas e doenças para proteger a cultura e garantir boa produtividade. O uso de práticas integradas de manejo de pragas (MIP e MID) e a escolha de cultivares resistentes/tolerantes. Isso permite preservar máxima capacidade fotossintética e diminuir estresses térmicos foliares.
Controle de Plantas Daninhas: As plantas daninhas competem com a soja por nutrientes, água e luz. O manejo eficiente, por meio de herbicidas e demais técnicas de controle, é necessário para evitar perdas na produtividade. Lavoura “no limpo” em estádios iniciais para máximo rendimento.
Rotação de Culturas: Alternar a soja com outras culturas para melhorar a saúde do solo e reduzir a incidência de pragas e doenças específicas. O uso de plantas melhoradoras de solo propicia um perfil de solo mais adequado, com teor apreciável de matéria orgânica, porosidade, aeração e profundidade, também promovendo a reciclagem de nutrientes.
Colheita: Efetuar a colheita no momento adequado, garantindo que a manutenção do maquinário esteja perfeita. Observar as demais condições, para minimizar as perdas na colheita.
Integrar essas práticas e monitorar continuamente as condições da lavoura são estratégias eficazes para alcançar altas produtividades na soja.
CAMPEÕES CESB – SAFRA 23/24
A última safra foi marcada por condições extremas em todo o país. Mais do que nunca, a boa estruturação do solo aliada às técnicas corretas de manejo das lavouras foram essenciais para os altos rendimentos e a sustentabilidade da sojicultura.
De acordo com a análise dos especialistas do CESB, o conjunto de fatores manejáveis, como solo e planta, foram responsáveis por 50% da eficiência do ambiente de produção. Isso permitiu aos campeões de produtividade enfrentarem as adversidades climáticas, estabelecendo condições menos restritivas à expressão do potencial produtivo, diminuindo os estresses abióticos com a presença de umidade em subsuperfície e água em profundidade. Os estresses bióticos, como os causados por pragas e doenças, foram minimizados com o manejo assertivo utilizando produtos sintéticos e biológicos.
Os dados detalhados de cada manejo campeão estão disponíveis no site do CESB, e retratam as condições e as estratégias utilizadas que possibilitaram resultados bem acima das médias regionais e nacionais.
O CESB é uma OSCIP – organização sem fins lucrativos, composto por 20 membros especialistas e 21 organizações patrocinadoras que acreditam e contribuem para o avanço sustentável dos mais altos índices de produtividade de soja no Brasil, são elas: BASF, BAYER, SYNGENTA, JACTO, Alltech, Atto Sementes, Bioma, Brandt, Brasmax, Corteva, Ferticel, ICL, Koppert, Mosaic, Stoller, Sumitomo Chemicals, Timac Agro, TMF, Ubyfol, Yara, Valence, Elevagro e IBRA. Mais informações pelo telefone: (15) 3418.2021 ou pelo site www.cesbrasil.org.br