Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais: avanços e desafios na perspectiva dos surdos

Patricia Sposito, pós-graduada em educação para surdos, atua no setor de marketing do Laboratório Teuto e destaca a importância da Libras desde a infância

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a principal forma de comunicação da comunidade surda no Brasil. Considerada uma língua oficial desde 24 de abril de 2002, a partir da Lei nº 10.436, a Libras é usada por cerca de 2,5 milhões de pessoas no país.

Apesar dos avanços, como a obrigatoriedade de intérpretes em órgãos públicos, os desafios ainda são muitos: ainda existe uma parcela da população surda – estimada em 10 milhões de pessoas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que não sabe se comunicar através da Libras.

Patricia Sposito é surda, pedagoga, pós-graduada em educação para surdos e atua no setor de marketing do Laboratório Teuto. A profissional conta que só aprendeu Libras aos 17 anos, com ajuda de uma missionária. “Depois, procurei a Associação dos Surdos de Goiânia (ASG), sou muito curiosa e aprendi muito, tive contato com muitos surdos”, lembra.

Segundo Patrícia, as maiores dificuldades que enfrentou foram na escola, pois, até o ensino médio, não teve contato com nenhum intérprete. “Eu sentava perto do professor e não entendia, pois falavam rápido, se movimentavam muito. Os colegas é que me ajudavam”, afirma.

Essa realidade só mudou quando teve acesso a um tradutor-intérprete de Línguas de Sinais (TILS). “Passei a entender tudo, parei de sofrer. Mas queria ter desfrutado disso antes”, lamenta. Segundo o Censo Escolar 2022, apenas 33% das escolas públicas brasileiras têm recursos para atender alunos surdos, como intérpretes ou salas bilíngues.

Hoje colaboradora em uma das principais indústrias farmacêuticas do país, Patrícia defende que toda a população – surdos e ouvintes – tenha acesso a Libras desde a infância. “Como professora que já deu aula em Libras, sei que se você consegue deixar claro sua mensagem, consegue explicar, você faz tudo. Por isso é muito importante ter acesso à educação desde cedo”, reforça.

Acessibilidade

Para milhares de pessoas surdas no Brasil, a falta de acessibilidade é um obstáculo diário. Patrícia destaca que, mesmo em situações corriqueiras, a barreira persiste e aponta formas de superá-la: “quando a pessoa fala rápido, temos mais dificuldade. É preciso falar devagar, se expressar com clareza, assim como eu, em Libras, preciso me expressar com calma”, orienta.

Na igreja que frequenta, por exemplo, a presença de intérpretes facilita sua participação. “Encontrar alguém que entenda Libras faz toda diferença. Quando há palavras que não conhecemos, é preciso pesquisar, entender o significado e o sinal”, destaca.

Inclusão e diversidade

Nos últimos anos, o Laboratório Teuto tem investido na capacitação de colaboradores do setor de Recursos Humanos (RH) com a metodologia do “Emprego Apoiado”, que visa ampliar a inclusão de pessoas com deficiência na empresa. Além disso, durante a “Feira de Diversidade e Inclusão”, destinada aos colaboradores, conta com um estande com atividades práticas de Libras, ensinando cumprimentos e sinais básicos para facilitar a comunicação e o acolhimento de todos.

Sobre o Teuto 

Há quase oito décadas no coração do Brasil, com o mais completo parque farmacêutico da América Latina e solução completa em saúde, o Teuto é referência para o mercado nacional e internacional. A companhia, que é sinônimo de qualidade e confiança, proporciona mais qualidade de vida aos seus fornecedores, colaboradores, clientes, parceiros, pacientes e sociedade, por meio da excelência na pesquisa, desenvolvimento, produção e comercialização de seus produtos, e valoriza a responsabilidade socioambiental, reafirmando o slogan “Se é Teuto, é de confiança”.

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