O Dr.Vasco Bravo Filho fala dos avanços nos tratamentos e das expectativas em relação à terapia genética
Enxergar é fundamental para nossa interação com o mundo! Nossa visão possibilita que percebamos formas, cores, tamanhos e movimentos de pessoas e objetos que estão ao nosso redor. Recebemos a maioria das informações a partir dos nossos olhos e ter uma visão saudável impacta diretamente a qualidade de vida. Ter ou não uma boa visão faz toda a diferença em ações simples como ler, caminhar ou reconhecer um rosto amigo.
7 de Maio é o Dia do Oftalmologista, uma homenagem ao profissional responsável pela prevenção e cuidado das doenças oculares. Esta é uma das áreas da medicina que mais registra avanços tecnológicos nos diagnósticos e tratamentos, para oferecer maior conforto e bem-estar a pacientes de todas as faixas etárias, que apresentam problemas de visão.
“O primeiro exame oftalmológico é realizado assim que o bebê nasce, o chamado Teste do Olhinho, e é muito importante que a criança seja levada ao oftalmologista regularmente para que sejam diagnosticados possíveis erros de refração ou doenças oculares”, alerta o Dr. Vasco Bravo Filho, diretor médico do Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE) e presidente da Sociedade de Oftalmologia do mesmo estado.
O médico reforça que “os cuidados com a visão devem ser adotados por toda a vida e quanto mais envelhecemos, maior é a probabilidade de desenvolvermos doenças oculares. A partir dos 40 anos a maioria das pessoas começa a apresentar presbiopia, a chamada vista cansada. Aos 50 aumentam as chances de glaucoma e catarata. E, a partir dos 60, de degeneração macular relacionada à idade (DMRI)”.
Oftalmologista especialista em doenças da retina, o Dr. Vasco Bravo Filho, afirma que “nas últimas duas décadas, a grande revolução nos tratamentos se deve aos medicamentos que são injetados dentro do globo ocular para controlar o edema da mácula, a parte central da retina, e as doenças responsáveis por esse inchaço, como a DMRI, a retinopatia diabética e a oclusão venosa, que é um derrame dentro do globo ocular”.
De acordo com o médico, “esses medicamentos possibilitam prevenir a cegueira, impedir a progressão da perda visual e, em alguns casos, recuperar a visão. Há outros remédios mais modernos em desenvolvimento, cuja promessa é proporcionar o aumento dos intervalos entre uma administração e outra. Isso representa um grande benefício aos pacientes, especialmente para os idosos, que não precisarão mais ir constantemente ao hospital para receber as injeções”.
“Outra doença que registra um salto no tratamento é a catarata. A técnica cirúrgica é extremamente segura e consiste em substituir o cristalino opaco, lente natural do olho que perdeu sua transparência em decorrência do envelhecimento, por uma lente artificial. E hoje temos lentes intraoculares desenvolvidas por tecnologias cada vez mais avançadas, capazes de corrigir ao mesmo tempo erros refrativos como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia, a chamada vista cansada, aumentando a chance de maior independência do óculos após a cirurgia”, complementa o oftalmologista.
No campo da genética as expectativas também são promissoras. O Dr. Vasco Bravo Filho acredita que um dia a análise do sangue do paciente vai ajudar a medir a frequência de aplicação das drogas. Ele conta que “nos últimos congressos europeu e brasileiro de retina, uma pesquisa genética mudou as células da retina de forma que ela passou a produzir as substâncias que eram injetadas no olho, aumentando a distância entre uma aplicação e outra dos remédios. Mas ainda são necessários mais estudos”.