Projeto Juventude Prevenida leva testes rápidos e orientações sobre HIV a presídios da capital

Reeducandos do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG) e do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira (CPAIG) receberam ações do Projeto Juventude Prevenida, desenvolvido pela Associação das Travestis e Transexuais de Mato Grosso do Sul (ATMS) com apoio do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI).

A iniciativa foi intermediada pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio das Divisões de Assistência à Saúde Prisional e  Promoção Social, e contou com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. Os trabalhos tiveram suporte das equipes de saúde e psicossocial que atuam nas unidades penais atendidas.

A ação tem como objetivo realizar testes rápidos do HIV por fluido oral, além de ofertar insumos de prevenção e material informativo sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Ao todo, 209 reeducandos foram testados, com nenhum caso constatado.

“Orientamos sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis e damos encaminhamentos para tratamento do HIV, e outros exames de Hepatites Virais, HPV, Sífilis, entre outros”, explica Cris Stefanny, coordenadora Municipal LGBT e fundadora da ATMS, ressaltando que nas unidades penais a ação não teve como foco apenas o grupo LGBTQIA+.

Segundo Cris Stefanny, a associação levou a iniciativa até as duas unidades prisionais devido às vulnerabilidades a que a população prisional está exposta, assim como outros grupos sociais atendidos pelo projeto. “A ideia é propiciar o acesso à testagem para estas pessoas de forma segura, sigilosa e humanizada”, enfatiza, reforçando que, durante a ação, são distribuídos também materiais de prevenção.

O teste de fluido oral é considerado seguro, garantindo até 99 % de precisão do resultado, que sai em 20 minutos. Uma das vantagens oferecidas é que não há necessidade de estrutura laboratorial para realização do exame e, por ser  rápido, feito por coleta de fluido oral, não precisa de agulha.

No entanto, as Ongs envolvidas não fazem o diagnóstico, sendo realizado encaminhamento para os serviços de referência. No caso dos privados de liberdade, o acompanhamento ocorre nas Unidades Básicas de Saúde das unidades penais, que ficam responsáveis pelo atendimentos, tratamentos e encaminhamentos  necessários.

Em Mato Grosso do Sul, apenas as instituições ATMS e Águia Morena – ambas situadas em Campo Grande – estão desenvolvendo estas ações com públicos diversos e que são considerados chaves ou prioritários como jovens de 15 a 24 anos, homens que fazem sexo com homens, pessoas que fazem uso de drogas, gays, pessoa privadas de liberdade, travestis e transexuais.

Conforme a chefe da Assistência à Saúde Prisional da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, a intenção da ATMS é que o trabalho seja estendido às demais unidades prisionais de Campo Grande, como parte também da programão do Dia Mundial de Combate à Aids, celebrado em 1º de dezembro.

Para Lourdes, o sucesso do trabalho desenvolvido pela ATT/MS, juntamente com as direções, as UBS prisionais e todos os servidores das unidades penais envolvidas, mostra o quanto são importantes a união e a interdisciplinaridade durante o trabalho de prevenção e tratamento aos privados de liberdade no quesito saúde.

Equipe envolvida na ação no IPCG
Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também