Pioneira em Campo Grande, We Collab é o nome da loja criada para unir mais de 20 mulheres empreendedoras da cidade. De vestuário ao universo de bebidas, o local pretende ser referência de espaço colaborativo gerenciado exclusivamente por mulheres no Estado.
Celebrar a força e o poder do universo feminino em uma collab formada exclusivamente por mulheres. Em Campo Grande, este espaço já existe e, neste mês de agosto, celebra um ano de criação.Trata-se da “We Collab”, constituída por mais de 20 mulheres empreendedoras, coletivo que transformou residência em um ponto de empreendedorismo sem, no entanto, deixar de lado a essência aconchegante de lar que há dentro da arquitetura do imóvel.
Fundadora da Collab, Amanda Távora explica que para celebrar a criação da We Collab a mulherada se uniu para uma ação especial. Durante todo o mês de agosto está sendo realizada uma mega promoção de até 50% de desconto nos produtos, todas as sextas-feiras, das 8h às 18h, e sábados das 8h às 12h, sem intervalo para almoço. A loja fica situada na Rua João Maluf, n.º 297, Jardim Paulista, Campo Grande. Informações pelo Instagram @wecollab.cg.
“Sou de Campo Grande, mas, morei 12 anos em Goiânia, com indústria de revestimento cimentício [acabamento de obra] e lá tinha uma vida confortável. Contudo, sempre tive essa vontade de empreender e foi aí que decidi retornar para o MS”, lembra Amanda que a partir desse desejo tomou uma importante decisão em 2019. “A convite do meu chefe, abri uma filial da empresa de Goiás, aqui, que funcionou por três anos e, em julho de 2022, fechei a loja de revestimentos por conta dos desafios da pandemia, e decidi fazer do local uma espaço colaborativo”.
Nessa época, a We Collab funcionava em seu primeiro endereço, no bairro Vilas Boas, e por lá, funcionou por 10 meses. “Abri o espaço em 1º de agosto de 2022, sempre quis uma casa, mas, precisei esperar acabar o contrato de aluguel do primeiro imóvel até encontrar este novo local, no Jardim Paulista. Aqui, estamos há três meses”, explica Amanda.
Arquiteta de formação e empreendedora por vocação, Amanda tem satisfação em acolher a todos no espaço e apresentar cada cantinho do imóvel que entre uma gama de produtos (obras de arte, bebidas, vestuário feminino, masculino e infantil, artesanato, cosméticos, brechó, produtos regionais, etc), ainda, guarda um tesouro inerente às antigas construções: uma enorme área verde que nos remete aos jardins secretos de filmes clássicos.
“O jardim é um encanto à parte que acolhe o público que vem em busca de comprar algum produto ou apenas conhecer o espaço. Aqui, fazemos bingo, feijoada e, futuramente, queremos estruturar o espaço com novas ações, em que possamos empreender ainda mais com exposições e atividades culturais, de modo a fortalecer a rede feminina e, claro, agregar afeto entre o público presente”, confidencia Amanda.
Rede, inclusive, que já possui laços fortes e tem servido de alicerce para mulheres que, passado o conturbado momento da pandemia, buscam uma virada de chave para alavancar o próprio negócio. Situação vivida pela artista plástica Ligia Rocha que, após 5 anos morando no Rio de Janeiro, decidiu retornar a sua terra natal a fim de trabalhar e dar continuidade a maternidade, com o filho Vicente, hoje com 6 anos de idade.
“É inovador, porque eu não vi nenhum espaço assim em Campo Grande. Uma casa que tenha somente mulheres liderando negócios criativos”, avalia Ligia que junto da sócia e artista, Camila Kipper, tem o ateliê Art du Jour voltado para pinturas em aquarela. “Aqui, estamos há três meses e, além da We Collab, temos projetos paralelos. Nosso intuito é atrelar as atividades que já desenvolvemos com a música para uma maior fusão da arte”
Em contraponto, para as mulheres que vivem uma outra fase da maternidade denominada de “síndrome do ninho vazio”, a We Collab veio como um farol para ressignificar a vida pessoal e profissional como é o caso de Raquel de Almeida.
“Trabalho com roupa infantil confortável. A minha empresa começou com a fase chamada de ‘ninho vazio’. Na maturidade, tive de lidar com o voo dos filhos para suas vidas e foi aí que veio essa ideia de empreender”, a empreendedora que não tem dúvida porque confiou em se associar a We Collab. “É investimento de baixo custo, aqui, tenho um ponto físico para receber clientes. Sem contar que movimenta a minha empresa, faço network com as outras empreendedoras. O cliente de uma também pode se tornar da outra associada.”
De maneira diferente, porém, não tão distinta assim, o espaço colaborativo também é morada para os negócios de mulheres que, às margens da aposentadoria, optou por seguir um caminho diferente ao tão sonhado descanso integral. É o caso de Joilze Borges, servidora pública, que viu na collab a porta de entrada para alavancar as vendas de óleos essenciais.
“Eu amo vendas. Meus pais eram representantes comerciais e toda a minha infância vi eles lidando com isso. A We Collab possibilita eu entregar meus produtos com tranquilidade. Um local com toda estrutura que preciso: exposições, vendas, funcionários para atender, responsabilidade trabalhista, responsabilidade tributária, etc. Enfim, toda uma estrutura que eu não poderia arcar sozinha no momento”.
Atualmente, a We Collab funciona com mais de 20 mulheres associadas, mas, tem a capacidade para funcionar com mais empreendedoras inseridas, 45 no total. Para fazer parte do projeto basta demonstrar interesse e buscar o coletivo para entender as regras de funcionamento.
Serviço: Um ano de We Collab – todas as sextas-feiras, das 8h às 18h, e sábados das 8h às 12h, do mês de agosto – Rua João Maluf, n.º 297, Jardim Paulista – Campo Grande. Informações pelo Instagram @wecollab.cg.