Laboratório de órtese contribui na redução de lesões por pressão em pacientes com covid-19

As lesões por pressão têm sido um problema recorrente em pacientes com tempo prolongado de internação para o tratamento da COVID-19, e que precisam ficar deitados por vários dias. Apesar de comuns em pacientes internados por longa permanecia, as lesões por pressão acometem, também, pessoas com dificuldades de locomoção, e embora esteja com colchão de ar, o pé é o mais afetado, pois tem proeminência óssea, e esse paciente tiver uma lesão pode ter risco de infecção.

E na Santa Casa de Campo Grande, o Laboratório de Órtese, sob responsabilidade do terapeuta ocupacional, Adão Santos Moreira desenvolve há mais de vinte anos dispositivos feitos principalmente com espuma e PVC que contribuem para a evolução motora dos pacientes. “Em nosso laboratório criamos órteses que dão qualidade de vida para o paciente enquanto internado no hospital, e até mesmo após sua alta, pois todas elas são gratuitas e ficam à disposição da família. E com a pandemia, tivemos um novo desafio, e hoje com as órteses conseguimos reduzir os impactos principalmente dos calcanhares, diminuindo as lesões de calcânea em pacientes COVID”, completa Adão.

O paciente COVID tem um tempo de internação ainda maior que os demais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e também não é possível se ter tanta manipulação, porque pode causar uma instabilidade respiratória, uma lesão. Apesar de ter o colchão de ar que protege o dorso, o pé é o mais afetado, pois tem proeminência óssea, e se o paciente tiver com uma lesão pode ter risco de infecção. E com as órteses, hoje não temos praticamente mais lesão calcânea. “A órtese foi desenvolvida para que os usuários pudessem ter melhor qualidade de vida durante e depois do seu período de internação. E já estão dando bons resultados”, ressalta Adão.

As úlceras de pressão, em sua maioria, podem ter um desfecho ruim quando não recebem intervenção e prevenção rapidamente, levando, em alguns casos, à amputação de membros. Diante do histórico negativo, o terapeuta ocupacional iniciou o processo de pesquisa e testes de aparelhos para contribuir na recuperação e evitar possíveis úlceras nesses pacientes. Foram dias de testes com os dispositivos até chegar ao modelo que está em uso no hospital.

Os dispositivos são práticos, simples, feitos de espuma e podem ser indicados para todos os pacientes passíveis de escaras e demais lesões, não necessariamente vasculares. As peças são únicas, feitas sob medida e indicação e, além disso, de acordo com a necessidade de cada paciente. Com elas tem sido possível atender a demanda da equipe médica e assistencial, contribuindo com a diminuição de escaras calcâneas.

Aline Fonseca é enfermeira na UTI COVID-19, ela e os demais profissionais da enfermagem são os responsáveis por solicitar a avaliação do especialista que indica a necessidade das órteses. Ela explica que desde a admissão, o trabalho de prevenção de lesão é aplicado. “Desde a admissão do paciente nós já acionamos o Adão para acompanhar. Aqui na área COVID-19 já foram entregues centenas de órteses, e elas têm contribuído e muito na qualidade de vida do paciente. E cada caso é avaliado de forma singular, houve casos de outros dispositivos estáticos serem confeccionados e deixados aqui”, destacou a enfermeira. 

Para a fisioterapeuta do hospital Aline Leguizamon, “Por conta do longo período que o paciente COVID permanece internado, as lesões acabam ocorrendo, principalmente nos pés, e com as órteses conseguimos diminuir, além de reduzir as infecções”, destacou.

Por ASCOM Santa Casa de Campo Grande.

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