Neste dia 30 de Junho comemora-se o Dia Nacional do Bumba-Meu-Boi. Patrimônio Cultural do Brasil, a manifestação cultural que une em seus rituais o lúdico e o religioso, é uma das principais manifestações populares praticadas no país.
O Bumba-Meu-Boi é também um importante símbolo da cultura do Maranhão, estando intimamente ligado à identidade de seu povo, mas pode ser encontrado em diversas partes do país.
O artesanato, os instrumentos musicais, o bordado do couro do Boi e da indumentária dos participantes representam a devoção a São João, São Pedro e São Marçal. Porém, embora esteja muito ligado à religiosidade católica, o Bumba-Meu-Boi também traz em suas coreografias muitos elementos de cultos afro-brasileiros.
Entenda o Boi
O folguedo mistura personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno da morte e ressurreição de um boi. A brincadeira do Boi conta, por meio de danças, músicas e vestimentas, a história de Pai Francisco e sua mulher, Mãe Catirina.
Na lenda encenada pelos participantes, Pai Francisco, trabalhador de uma fazenda, rouba a língua do boi para satisfazer os desejos de sua mulher Catirina, que estava grávida. O dono da fazenda encontra o boi doente e pede ajuda aos pajés para curar o animal. Depois de ver seu boi curado, o fazendeiro perdoa Pai Francisco e celebra a saúde do boi com uma grande festa.
Encontrado em todas as regiões brasileiras, o Bumba-Meu-Boi recebe diferentes nomes e contém características específicas conforme o estado onde é praticado. Bumba-meu-boi, Boi-bumbá, Boi Surubi, Boi Calemba, Boi-de-mamão, Boi Pintadinho, Boi Maiadinho, Boizinho, Boi Barroso, Boi Canário, Boi Jaraguá, Boi de Canastra, Boi de Fita, Boi Humaitá, Boi de Reis, Reis de Boi, Boi Araçá, Boi Pitanga, Boi Espaço e Boi de Jacá são algumas das nomenclaturas utilizadas pela brincadeira do boi nos estados.
Na região Norte, nos estados do Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, festeja-se o Boi-bumbá, durante o ciclo junino, assim como no Maranhão, onde é chamado de Bumba-meu-boi, Bumba-boi, Bumba ou simplesmente Boi. Em outros estados, o Bumba-Meu-Boi mantém a nomenclatura maranhense, mas o ciclo de festas é celebrado no período natalino.
O Bumba-Meu-Boi encontrado no Maranhão pode ser de Zabumba (o mais antigo), de Orquestra (originado do encontro do Boi de Zabumba com uma procissão, mescla tambores com instrumentos de sopro), da Ilha (criado em São Luís), da Baixada, de Cururupu ou de Costa de Mão. A divisão é feita por “sotaques”, que são os ritmos tocados no Bumba Meu Boi.
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Patrimônio Imaterial
Como parte do reconhecimento da relevância do Bumba-Meu-Boi para cultura nacional, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), aprovou, em 2017, por unanimidade, a candidatura do Complexo Cultural Bumba-Meu-Boi do Maranhão para a Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Em novembro de 2019, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu o Bumba Meu Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, durante uma cerimônia realizada em Bogotá, na Colômbia.
O Bumba Meu Boi agora é o sexto bem brasileiro a integrar a lista internacional junto com a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (2003), o Samba de Roda no Recôncavo Baiano (2005), o Frevo: expressão artística do Carnaval de Recife (2012), o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (2013) e Roda de Capoeira (2014).
Fonte: G1