Quem são as pessoas que estão mudando o cenário dos negócios no Brasil

Pessoas pretas ou pardas com menos de 35 anos formam a grande legião de empreendedores que estão chegando no mercado à frente de novas empresas

Por Redação

Elas são predominantemente pessoas jovens, com menos de 35 anos, a grande maioria preta ou parda e com um alto percentual de escolaridade completa, no ensino médio ou superior. É esse o perfil que caracteriza o segmento de empreendedores iniciais do país. A constatação está na pesquisa Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM) 2023, realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe).

A pesquisa classifica como empreendedores iniciais aqueles que nos últimos 12 meses realizaram alguma ação visando ter um negócio próprio ou que abriram a empresa nos últimos três meses, somados aos empresários com até 3,5 anos de operação. De acordo com o levantamento, no grupo de pessoas com até 34 anos, a taxa de empreendedorismo inicial chega a 21,9%. Trata-se da maior taxa, se comparada, por exemplo, àquela verificada no grupo de pessoas de 35 a 54 anos (18,9%) ou à taxa de 9,4% correspondentes ao público sênior (55 a 64 anos).

A manutenção desse perfil tende a transformar o cenário do empreendedorismo brasileiro, com a presença cada vez maior de um público feminino, majoritariamente com pessoas pretas ou pardas à frente dos negócios e mais qualificado, com a melhora do nível de escolaridade do conjunto que atua hoje nos pequenos negócios brasileiros.

Marco Aurélio Bedê, analista do Sebrae.

Segundo revelou a pesquisa, enquanto entre o empreendedor inicial de 55 a 64 anos, 62% apresentam escolaridades média ou superior completas, já entre os mais jovens que estão iniciando no empreendedorismo, essa participação cresce para 84%.

Os dados da GEM mostram, ainda, que nas três faixas etárias analisadas, a participação feminina é maior, sempre, entre os empreendedores iniciais, se comparados aos estabelecidos. Isso evidencia uma tendência ao crescimento da participação feminina no empreendedorismo brasileiro.

A chegada desses novos empreendedores, além do gás da juventude e da maior diversidade de gênero, traz ainda uma maior perspectiva para a durabilidade do negócio em função da motivação para empreender e de uma melhora na escolaridade. Entre os mais jovens, 65% empreendem por oportunidade em contraposição aos quase 33% que abrem a empresa por necessidade, ou seja, apenas um terço empreende por falta de alternativa, diferente da faixa sênior, onde a falta de emprego ainda é principal condutor para o empreendedorismo, pautando uma inversão da motivação, com 54% levados pela necessidade, em comparação aos 46% por oportunidade.

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