O PSD Mulher em Mato Grosso do Sul entende que não há democracia sem mulheres na política e, por isso, tem atuado no debate de ações que garantam a maior participação feminina nas eleições municipais deste ano no Estado.
Apesar de as mulheres corresponderem a mais da metade da população sul-mato-grossense, elas ainda têm pouca participação na política estadual, o que reflete um pouco do cenário nacional.
Afinal, desde o início da República, em 1889, o Brasil teve uma única presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e 16 governadoras mulheres nas 27 Unidades da Federal. Dessas, só oito foram eleitas para o cargo, enquanto as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular.
Os dados revelam a nossa história em uma sociedade patriarcal e, apesar de superar o colonialismo, as mulheres ainda precisam enfrentar a colonialidade. O PSD Mulher entende que a questão de gênero é fundamental na busca dessa reparação.
Apenas com o Código Eleitoral de 1932, há 90 anos, o voto feminino foi autorizado em todo o Brasil. Hoje, na Câmara dos Deputados, há 423 homens e 90 mulheres, ou seja, mais de 80% de homens. Em Campo Grande, das 29 cadeiras, apenas uma é ocupada por uma mulher.
Nas eleições municipais deste ano, as mulheres são apenas uma em cada cinco pré-candidatos às prefeituras das capitais. Ao menos 172 pré-candidatos são cotados para concorrer à prefeitura nas capitais dos 26 estados.
Destes, apenas 37 são mulheres, o equivalente a 20% do total. Para além das capitais, de acordo com o último censo das prefeitas brasileiras — realizado pelo Instituto Alziras, as prefeitas são poucas e governam os municípios menores e mais pobres, que abrangem somente 9% da população.
E, como se não bastasse esse número irrisório de mulheres no poder, a Proposta de Emenda à Constituição 9 — que perdoa partidos por não cumprirem cotas para candidaturas de mulheres e negros — foi aprovada no dia 11 de julho deste ano.
É um grande retrocesso e o PSD Mulher reforça que há uma sub-representação imensa de mulheres na política. Elas são apenas 18% no Congresso Nacional e apenas 12% das mulheres comandam as prefeituras brasileiras, embora sejam a maioria do povo.
Mulheres negras nem se falam. Isso deixa a democracia torta. Pautas importantíssimas como creche integral, enfrentamento à violência contra a mulher, como espaços de cuidados nas cidades são invisibilizadas. Por isso, é preciso repudiar essa anistia e continuar na luta por políticas públicas que ampliem a participação feminina e negra na política.
TSE
Neste ano, a Justiça Eleitoral estreou sua nova campanha de incentivo, valorização e respeito às mulheres no meio político. Com o slogan “Mulher na política é outra história”, a ação foi veiculada nas emissoras de rádio e televisão até 9 de junho. A campanha também está disponível no canal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no YouTube e nas redes sociais.
No vídeo, mulheres de diferentes idades manifestam opiniões sobre direito ao voto, representatividade e violência política de gênero. A peça também apresenta informações como o ano em que ocorreu o primeiro voto feminino (1932), a quantidade de cidades que não elegeram vereadoras em 2020 (846) e dados sobre registros de violência política de gênero – sete casos por mês, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A campanha marcou o início de uma nova fase do processo eleitoral, até as eleições: a escolha das candidatas e dos candidatos que concorrerão ao pleito. Antes de ter os registros deferidos na Justiça Eleitoral para poder concorrer nas eleições municipais deste ano, os postulantes aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador precisam ter sido escolhidos pelos partidos políticos ou pelas federações.