Mais de 600 denúncias revelam o caos no transporte coletivo e a força de uma CPI que, desta vez, promete não passar pano para ninguém
Campo Grande/MS — A paciência do campo-grandense acabou. E a prova disso está nos números que acabam de ser divulgados pela Ouvidoria da CPI do Transporte da Câmara Municipal. Entre os dias 25 de março e 12 de junho, foram recebidas nada menos que 627 denúncias — um grito coletivo de quem não aguenta mais ser tratado como gado dentro de ônibus lotados, sujos, quebrados e, muitas vezes, sem ar-condicionado.
O canal que mais ferveu? WhatsApp, com 546 mensagens. Isso mesmo. Gente comum, trabalhadores, estudantes e mães de família, todos revoltados e clamando por uma solução que há décadas a cidade espera — e que, convenhamos, nunca chegou.
Foram ainda 32 denúncias via formulário no site da Câmara, 46 por e-mail, 2 ligações telefônicas e até uma denúncia presencial. Sabe o que isso mostra? Que o povo perdeu o medo. Que Campo Grande cansou de ser enganada.
E é preciso reconhecer: o presidente da CPI, vereador Lívio Leite, tem conduzido os trabalhos com seriedade, coragem e responsabilidade. Ao lado dos colegas que integram a Comissão, ele deixa claro que, desta vez, a farra dos poderosos do transporte pode estar com os dias contados.
A cidade exige respostas. A cidade exige respeito. E, se depender dessa CPI, as respostas virão. Porque quem paga a conta, quem banca o sistema, quem sofre no sol, na chuva e no calor dentro desses ônibus sucateados, é a população. E essa população não aceita mais ser feita de boba.
