COP30 no Brasil: a oportunidade histórica para fortalecer as energias limpas no país

* Por Rodrigo Bourscheidt, CEO e fundador da Energy+

O Brasil vive um momento decisivo. Em meio a debates sobre reformas estruturais e com os olhos do mundo voltados para Belém (PA), sede da COP30 em 2025, a agenda energética brasileira ganha ainda mais protagonismo não só no setor público, mas também no universo corporativo. O evento, que acontece em novembro, será um marco para o posicionamento do país como potência verde, mas, para que isso se traduza em desenvolvimento econômico e social, é preciso ouvir o setor produtivo e entender quais caminhos destravam o crescimento com energia limpa.

A preparação para a COP30 já movimenta os bastidores do mercado de energia solar e outras fontes renováveis. A expectativa é que o Brasil use o evento como vitrine para mostrar sua matriz majoritariamente limpa e sua capacidade de ampliar a geração renovável com inclusão social, descentralização e impacto positivo. Porém, o desafio está em tornar essas oportunidades acessíveis para mais empresas, especialmente no médio e longo prazo.

O setor corporativo tem buscado soluções para reduzir custos, garantir previsibilidade orçamentária e atender a compromissos da ESG. Nesse contexto, cresce a procura por migração ao mercado livre de energia, pela geração compartilhada e por sistemas de energia solar, medidas que unem sustentabilidade e eficiência financeira. No entanto, ainda existem entraves regulatórios, tributários e de infraestrutura que dificultam o acesso à energia limpa por pequenos e médios negócios.

A tão aguardada regulamentação da Reforma Tributária, em debate neste ano, deve ser um divisor de águas para o setor. Isenções, regimes especiais e segurança jurídica podem acelerar investimentos e estimular ainda mais empresas a adotarem fontes renováveis. O mesmo vale para o avanço da modernização do setor elétrico, com maior liberdade de escolha, desburocratização e integração de novas tecnologias.

É nesse cenário que a COP30 ganha importância. Mais do que um encontro climático, o evento será uma plataforma para o Brasil mostrar que tem um modelo energético competitivo, sustentável e inclusivo. Ao mesmo tempo, é a oportunidade de pressionar por políticas públicas mais coerentes com o protagonismo que se busca exercer. O mundo está de olho, e as empresas brasileiras também. Elas querem e precisam de energia limpa, mas com acesso viável, regras claras e previsibilidade.

A demanda por soluções inteligentes, que aliam economia e impacto ambiental positivo, cresce ano a ano. A energia que o Brasil precisa não é apenas limpa: ela precisa ser viável, confiável e democrática. E para isso, é essencial que a agenda corporativa seja considerada nas discussões que moldarão o futuro energético do país.

* Rodrigo Bourscheidt é formado em Administração e Negócios pela Faculdade Sul Brasil. Atuou em equipes comerciais e estratégicas de empresas como AmBev, Grupo Embratel (Embratel, Claro e Net) e Grupo L’oreal, antes de se dedicar ao empreendedorismo. Em 2019 fundou a Energy+, rede de tecnologia em energias renováveis que oferece soluções voltadas para a geração de energia distribuída, onde atua como CEO. 
Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também