Na próxima sexta-feira, dia 7 de abril, os católicos do mundo todo terão as três datas mais importantes do cristianismo depois do nascimento de Jesus de Nazaré. Trata-se da “Semana Santa”, quando é celebrada a Paixão, a Morte e a Ressurreição do Cristo.
Apesar de ser um dos períodos mais marcantes para os cristãos, muitas pessoas não sabem muito bem do que se trata e ligam mais às três datas ao consumo de peixe, bacalhau, ovos de chocolate e, principalmente, ao feriadão prolongado.
Para acabar de uma vez por todas com essa falta de esclarecimento da população, o Diário MS News traz para os leitores um pouco sobre cada um dos próximos três dias mais relevantes da “Semana Santa”.
Chegada a Jerusalém
Jesus Cristo não aceitava o tipo de vida que seu povo judeu levava na época da ocupação do Império Romano. O governo cobrando altos impostos, riquezas extremas para uns e miséria para outros.
Ao chegar a Jerusalém, Ele foi aclamado pela população como sendo o Messias, o Rei, mas os romanos e alguns clérigos judeus não acreditavam que Jesus era o Filho de Deus, duvidavam dos seus sábios ensinamentos, de sua missão para salvar a humanidade, então passaram a persegui-lo desde sua entrada triunfal à cidade santa.
Ele tinha conhecimento de tudo que iria passar, da peregrinação que o levaria à morte e, por isso, convidou, então, os 12 homens, a quem chamou de discípulos, para levar seus ensinamentos às pessoas. Porém, Judas Escariotes, um desses apóstolos, também duvidou que Ele era um enviado de Deus, entregando-lhe para os soldados judeus que o capturaram.
Em seguida, fizeram Jesus passar pela via sacra, amarrado à sua cruz, carregando-a por um longo trecho, sendo torturado, levando chibatadas dos soldados, sendo caçado covardemente até sofrer a crucificação e a morte.
Concílio de Niceia
Em 325 d.C (depois de Cristo), o Concílio de Niceia, presidido pelo imperador Constantino e organizado pelo Papa Silvestre I, fabricou e consolidou a doutrina da Igreja Católica, como a escolha dos livros sagrados e as datas religiosas.
Ficou decidido também que a “Semana Santa” seria comemorada do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa. Há relatos de festas em homenagem aos últimos dias de Cristo pouco tempo depois de sua morte, porém, comemoravam dois dias apenas: Sábado de Aleluia e Domingo da Ressurreição.
Nesse Concílio também foi adotado o Catolicismo como religião oficial do Império Romano. Cada dia da comemoração faz referência a um acontecimento: o Domingo de Ramos refere-se à entrada do Rei, o Messias, na cidade de Jerusalém, para comemorar a Páscoa Judaica.
Na segunda-feira seguinte, foi o dia em que Maria ungiu Cristo, na terça-feira foi o dia em que a figueira foi amaldiçoada, a quarta-feira é conhecida como o dia das trevas, a quinta-feira foi a última ceia com seus apóstolos, mais conhecida como Sêder de Pessach.
A sexta-feira foi o dia do seu sofrimento, sua crucificação. Sábado é conhecido como o dia da oração e do jejum, onde os cristãos choram pela morte de Jesus. E, finalmente, o domingo de Páscoa, o dia em que ressuscitou e encheu a humanidade de esperança de vida eterna.
Mudanças
No entanto, 1698 depois, muita coisa mudou, principalmente no Brasil, onde apenas os três últimos dias da “Semana Santa” ganharam uma celebração mais expressiva por parte dos cristãos brasileiros: A Sexta-Feira Santa, o Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa.
No caso da Sexta-Feira Santa, trata-se da data importante na tradição cristã, pois é considerada o dia em que Jesus Cristo foi crucificado. Acontece dois dias antes do Domingo de Páscoa.
Soldados, três homens crucificados e figurantes em uma encenação da crucificação de Jesus, que ocorre na Sexta-Feira Santa. Encenações conhecidas como Paixão de Cristo costumam ser realizadas na Sexta-Feira Santa.
Esse dia é encarado como um dia de grande devoção a Jesus, celebrando o seu sacrifício, mas também de luto e respeito por sua crucificação. Na tradição católica, não há missas nesse dia, mas uma cerimônia chamada Celebração da Paixão de Cristo é realizada. Muitas pessoas decidem abster-se do consumo de carne vermelha.
Nesse dia, a tradição católica orienta que os fiéis abram mão do consumo de carne, especialmente da vermelha. Não ocorrem missas na Sexta-Feira Santa, mas uma cerimônia chamada Celebração da Paixão de Cristo.
Essa data antecede o Domingo de Páscoa, que, segundo a tradição cristã, é o dia que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Esse dia também é parte do Tríduo Pascal, um conjunto de três dias que antecedem a Páscoa e que são um momento de grande devoção, pois relembram o sacrifício de Jesus Cristo.
O Tríduo Pascal é formado pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado de Aleluia. Cada um desses dias é marcado por celebrações religiosas, cada qual com seu significado específico. No caso da Sexta-Feira Santa, é costume cobrir as imagens de todos os santos, pois o foco deve ser a adoração a Deus.
A Sexta-Feira Santa é marcada pelo jejum de carne, destacadamente carne vermelha e de frango, como parte de uma penitência que deve ser realizada pelos fiéis. Entende-se que a abstenção de carne nesse dia é uma demonstração de respeito dos fiéis com o derramamento de sangue por parte de Jesus.
Na Igreja Católica, também é realizada uma cerimônia conhecida como Celebração da Paixão de Cristo, que tradicionalmente acontece às 15 horas. Essa cerimônia é marcada pela liturgia da palavra, adoração da cruz e comunhão da eucaristia. Essa cerimônia não é considerada uma missa — esse é o único dia no ano no qual não são realizadas missas.
Muitos locais também fazem procissões do Enterro, em que o velório de Jesus Cristo é encenado. As cores predominantes na liturgia católica nesse dia são o vermelho e o preto. Além disso, os fiéis são orientados a dedicar o dia para oração e meditação no texto bíblico.
Feriado?
Segundo a legislação brasileira, nos termos da Lei nº 10.607, de 16 de dezembro de 2002, existem sete feriados nacionais, e a Sexta-Feira Santa não é considerada um deles. Esse dia, no entanto, é entendido como um feriado religioso, portanto pode ser considerado feriado caso haja uma lei estadual ou municipal que estabeleça esse dia como tal. Esse critério foi estabelecido na Lei nº 9.093, de 12 de setembro de 1995.
Porém, todos os anos, o governo brasileiro emite uma portaria que determina, para os órgãos públicos, um balanço que determina quais datas serão feriados nacionais e quais serão pontos facultativos. No caso da Sexta-Feira Santa para o ano de 2023, por exemplo, o dia foi estabelecido como feriado nacional.
A Sexta-Feira Santa é uma data vinculada à Páscoa, portanto possui data móvel, e todo ano essa celebração religiosa acontece em um dia específico. Uma vez definida a data da Páscoa, podemos saber quando a Sexta-Feira Santa acontecerá. A definição da data da Páscoa, no entanto, é importante para determinar uma série de outras datas importantes, como o dia em que começa a Semana Santa, a Terça-Feira de Carnaval, a Quarta-Feira de Cinzas e, consequentemente, o início e término da Quaresma.
Sábado de Aleluia
Já o Sábado de Aleluia é o Sábado da Semana Santa, o primeiro dia depois da crucificação e morte de Jesus Cristo e o dia anterior ao Domingo de Páscoa. O Sábado de Aleluia ou Sábado Santo é uma data móvel, podendo cair entre 21 de março a 24 de abril.
Durante o Sábado Santo é celebrada a Vigília Pascal, ocasião em que os fiéis cristãos se reúnem em constantes orações durante toda a madrugada que antecede o Domingo de Páscoa. O significado da Vigília Pascal está relacionado com a preparação para a ressurreição de Jesus Cristo que, segundo a bíblia, aconteceu no terceiro dia após a sua morte.
No Sábado de Aleluia também é o dia em que se acende o Círio Pascal, uma grande vela que simboliza a Luz de Cristo, que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer “Deus é o princípio e o fim de tudo”.
Na tradição católica, os altares das igrejas são cobertos, pois assim como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. Além da Eucaristia, também é proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da confissão.
Originalmente, durante o Sábado de Aleluia os católicos romanos deviam praticar um jejum limitado, como a abstinência no consumo de carne vermelha, que deveria ser substituída por peixes.
É também no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional “Malhação de Judas” (ou Queima de Judas), representando a morte de Judas, discípulo que teria traído Jesus Cristo.
Nesta tradição popular, as pessoas costumam fazer bonecos de pano (ou de outros materiais) que simbolizam a figura de Judas. Depois, reúnem-se e “torturam” o boneco, simulando a sua morte das mais diferentes formas, seja enforcado em árvores ou queimado numa grande fogueira.
Domingo de Páscoa
No caso do Domingo de Páscoa, trata-se de uma importante celebração da igreja cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo. Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach/ Pesach, que significa “a passagem”.
Essa “passagem” está descrita no Antigo Testamento como a libertação do povo israelita da escravidão no Egito. A Páscoa era celebrada pelos judeus para comemorar a liberdade conquistada pelo seu povo. Já no Novo Testamento, a Páscoa é a celebração da passagem da morte para a vida, através da ressurreição de Jesus Cristo.
Segundo o calendário cristão, a Páscoa consiste no encerramento da chamada Semana Santa. No catolicismo, as comemorações referentes à Páscoa começam na “Quinta Feira Santa” com a Missa da Ceia do Senhor. Em seguida, na “Sexta Feira Santa”, é celebrada a crucificação de Jesus. No “Domingo de Páscoa” é celebrada a sua ressurreição e o primeiro aparecimento aos seus discípulos, encerrando as comemorações de Páscoa.
A Semana Santa é a última semana da Quaresma, período em que os fiéis cristãos devem permanecer por 40 dias em penitências e períodos de jejum. Apesar disso, as práticas nesta época variam conforme a religião em questão. Por exemplo, os cristãos católicos e os cristãos protestantes têm práticas diferentes durante a Páscoa.
O dia da Páscoa foi estabelecido por decreto do Primeiro Concílio de Niceia (ano de 325 d.C), devendo ser celebrado sempre ao domingo após a primeira lua cheia do equinócio da primavera (no Hemisfério Norte) e outono (no Hemisfério Sul). A Páscoa é, portanto, uma festa móvel. É um tipo de feriado que não ocorre sempre na mesma data no calendário civil, mas tem um período certo para acontecer. Como carnaval, por exemplo. A comemoração da Páscoa costuma ser entre os dias 22 de março a 25 de abril.
É comemorada em vários países, principalmente aqueles com fortes influências do cristianismo. Os espanhóis chamam a data de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques. A Páscoa teve a sua origem na história do povo judeu, e o Pessach ou Pesach é uma antiga festa realizada para celebrar a libertação do povo hebreu do cativeiro no Egito, aproximadamente em 1280 a.C.
As festividades começaram na tarde do dia 14 do mês lunar de Nisan. Era servida uma refeição semelhante à que os hebreus fizeram ao sair apressadamente do Egito (o Sêder de Pessach). A Páscoa é recheada de símbolos representativos, assim como quase todas as celebrações religiosas. A maioria destes símbolos, no entanto, foram sincretizados pela igreja a partir de costumes e rituais pagãos ou de outras religiões.
O coelho da Páscoa, por exemplo, se tornou um dos principais símbolos desta festividade em referência às comemorações realizadas pelos povos antigos durante o começo da primavera. Acreditava-se que o coelho era a representatividade da fertilidade e do ressurgimento da vida.
O ovo também é um símbolo da Páscoa, pois representa o começo da vida. Vários povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes a passagem para uma vida feliz. A partir deste costume, surgiram os primeiros Ovos de Páscoa.