Conexão Carreiras: ‘vitrine’ para estudantes empreendedores

Realizada de forma inédita no evento, 1ª Feira do Empreendedorismo foi a oportunidade para sete alunos da Unoeste divulgarem seus negócios e comercializarem seus produtos

A segunda edição do Conexão Carreiras, evento realizado pela Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, por meio da Business School Unoeste (BSU), Facic Júnior e Pós-graduação Unoeste, e que movimentou o Salão do Limoeiro quarta (2) e quinta-feira (3), teve um marco significativo para além da participação efetiva das 16 empresas participantes: a participação de jovens estudantes empreendedores que aderiram ao chamado da organização e fomentaram a 1ª Feira do Empreendedorismo, inédita e que chegou ao fim com a certeza de que terá sua segunda edição em 2025.

 Ao todo, sete estudantes da Unoeste que têm empreendimentos informais, tiveram a oportunidade de exporem e comercializarem seus produtos no local. Entre eles, a estudante do 4º termo de Design de Moda, Dayane Menezes, de 35 anos. Ela confecciona artesanato em patchwork (técnica que envolve a união de retalhos de tecido para criar peças distintas) e crochê, e aproveitou a feira para expor uma infinidade de produtos que têm à pronta entrega, como sousplat, chaveiros, porta óculos, farmacinhas, porta panetones, entre várias outras peças.

 Ela contou porque fez questão de participar dessa primeira edição da feira dentro do Conexão Carreiras. “Eu achei que era a chance de mostrar meu trabalho e realmente pra mim serviu como vitrine. Além de fazer vendas aqui, eu já tive inúmeras procuras no whatsapp por conta de retorno do primeiro dia do evento, ganhei seguidores nas minhas redes sociais e muitos elogios. Fiquei bastante feliz em participar, de verdade”, comentou.

 Dayane lembrou que começou a empreender aos 11 anos de idade, quando aprendeu o famoso ponto cruz, que nada mais que uma forma de bordado que utiliza pequenos pontos em forma de “x” para criar padrões e imagens detalhadas em tecido. Se apaixonou pela técnica e daí em diante não quis saber mais de parar.

 “Eu vejo muita gente falando que artesanato é dom, é, na verdade, insistência. Eu me apaixonei e o que eu mais vejo fora do meu trabalho, porque sim ainda sou CLT, trabalho com peças de trator, é o artesanato. Eu respiro isso, acho incrível você pegar um pedaço de tecido e transformar em algo totalmente diferente; e não só o tecido como a linha também, é transformador. Eu costuro, faço crochê, bordo e recomendo que todos façam, é muito bom”, disse exalando felicidade no olhar.

 A costura que a Dayane também mencionou ela aprendeu aos 18 anos. Gostou tanto também que após várias formações acadêmicas, decidiu entrar mais recentemente para o curso de Design de Moda da Unoeste. “Eu também atuo nessa parte de corte e costura já há alguns anos. E por eu ser plus size e encontrar muita dificuldade de achar roupas, eu resolvi fazer o curso de moda na Unoeste porque eu tenho o sonho de abrir a minha marca nessa área, revelou a moça, acrescentando ainda que as vendas provenientes de suas peças têm a ajudado a custear a faculdade.

 “O artesanato também me ajuda a comprar um tecido, a melhorar uma máquina ou algum um outro produto que eu preciso lá no meu ateliê, onde dou aulas inclusive de costura e de crochê. Apesar desse retorno, ser empreendedora não é fácil, são muitos desafios porque quando você empreende sozinha você é tudo, você é o marqueteiro, você é quem produz, você vende, você cobra, você acaba sendo 1.001 utilidades dentro do seu negócio. Mas a recompensa no final, pra quem gosta do que faz como é meu caso, se torna muito gratificante”.

Estudante de Design de Moda, Dayane Menezes participou da feira expondo e vendendo produtos de artesanato em patchwork e crochê (Foto: Ector Gervasoni)

 Aposta na confeitaria

 Se a Dayane arrasa no artesanato, o estudante do 2º termo de Administração João Pedro Castelano Mendes demonstra todo o seu talento na cozinha. Ele é proprietário da Marrom Bombom, um empreendimento informal que se resume a uma confeitaria artesanal que ele criou em 2019 com um único propósito: viajar para a Disney, na Flórida. “Eu comecei a fazer e vender os doces para ajuntar dinheiro pra isso. Infelizmente veio a Pandemia [de Covid-19] depois, o dólar subiu, não deu para fazer a viagem mas eu gostei e decidi continuar”.

 Os doces que o João Pedro produz são brownies, pães de mel, bolos decorados e brigadeiros para festas. Para o Conexão Carreiras ele levou apenas os brownies e pães de mel. E sabe aquela história de que não deu para quem quis? Pois é! O rapaz que também trabalha no regime CLT numa transportadora fez excelentes vendas nos dois dias do evento.

 “É loucura, como acabaram todos os produtos do primeiro dia tive que correr para fazer esses para segundo. Faço na hora do almoço, entre quando saio do trabalho e vou para a faculdade, e tarde da noite após as aulas. Tem dia que vou dormir já passa da meia-noite, uma, duas da madrugada. E vai ser assim até o fim do ano, quando devo deixar esse regime CLT e me dedicar somente ao empreendedorismo”.

 Além de vender os produtos na faculdade, o estudante enxergou nas redes sociais a possibilidade de expandir suas vendas. O Instagram é a principal delas. “Meus principais clientes são os mais antigos, que compraram lá no começo e me seguem há pouco mais de cinco anos. Agora que eu estou fazendo a faculdade tenho um público muito grande aqui no campus 2 onde tenho vendido bastante, até mais que no Instagram que é o meu segundo maior público de vendas”.

 João Pedro também revelou qual o sonho dele após concluir a graduação em Administração. “Depois que eu concluir a faculdade, meu principal objetivo é em até um ano de formado eu abrir uma loja de doces aqui na cidade. Tenho certeza que vou conseguir e, posteriormente, expandir esse meu negócio para cidades vizinhas”, acredita ele, completamente confiante.

 Arte por amor

 Aos 18 anos, a estudante do 2º termo do curso de Design (bacharelado) da Unoeste, Nathanael dos Santos Porto Damasceno, conhecida artisticamente como Cometaah (nome do negócio também) é outra cujo trabalhou atraiu vários olhares na 1ª Feira do Empreendedorismo. Além de lanches e bombons, ela aproveitou sua participação para divulgar a arte que é carro-chefe na sua carreira: desenhos confeccionados nas técnicas de aquarela e marcadores a base de óleo.

 E tudo começou há aproximadamente cinco anos quando ela decidiu fazê-los para participar como artista da Geek Fest, que geralmente ocorre no Centro Cultural Matarazzo em Presidente Prudente. “As pessoas gostaram, falaram que os desenhos eram muito bonitos e que estavam interessadas. Aí depois de um tempo eu comecei a vender on-line também as ilustrações digitais”, contou ela.

Os desenhos da Nathanael podem ser acessados no Instagram por meio do @Cometaah. “Antes as pessoas procuravam bastante também pelo X, mas como essa rede está atualmente inativa no Brasil, o foco tem sido no Instagram. Funciona bastante e eu tenho pego muitas encomendas digitais”. Embora empreender seja cansativo, porém recompensador, como bem disse a Dayane, a Nathanael assina embaixo essa opinião e diz mais. “É muito bom você ter uma certa independência, você ver que conseguiu fazer uma obra, teve gente que gostou, comprou e você ainda ganhou com isso. É muito satisfatório”.

 O sonho dela é audacioso. Nathanael pensa ainda em abrir um estúdio de animação em Prudente. “Eu já tenho colegas de sala querendo ser dubladores, outros que querem ir para as artes visuais e certamente eu vou pegar eles para serem meus primeiros voice actors. Para isso, vou concluir meu bacharelado e depois me especializar em motion”.

 Empreendedores que orgulham

 A gerente da Incubadora Tecnológica de Presidente Prudente (Intepp) e coordenadora do Núcleo de Empreendedorismo (Nemp) da Unoeste, professora Fernanda Bagli, parabenizou todos os estudantes empreendedores que se inscreveram e deram vida ao sucesso que foi a 1ª Feira do Empreendedorismo dentro do Conexão Carreiras.

“Este evento foi cuidadosamente preparado para permitir que nossos alunos absorvam novas experiências, aprendam diretamente com o público e interajam com outros empreendedores. Mais do que uma oportunidade de expor e vender produtos, a feira foi um espaço de aprendizado prático onde cada interação se transformou em aprendizado”, ressaltou.

Esse de fato é o papel da Unoeste que tem priorizado o empreendedorismo em 2024 como sendo uma das ferramentas essenciais para a oferta de uma educação de excelência. “A Feira do Aluno Empreendedor é uma manifestação do nosso compromisso em dar protagonismo aos nossos alunos, encorajando-os a inovar e a aplicar seus conhecimentos. Na Unoeste estamos comprometidos em fomentar esse espírito empreendedor, proporcionando-lhes as ferramentas e oportunidades necessárias para se tornarem agentes de transformação na sociedade”, concluiu.

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também