Em Campo Grande, graças à intervenção da Polícia Militar e da Polícia Civil, o número de criminosos tirados de circulação tem aumentado
Mato Grosso do Sul já é o 5º Estado mais seguro do Brasil graças ao trabalho integrado das forças de segurança sob o comando da Sejusp (Secretaria Estadual de Segurança Pública). A informação foi repassada pelo próprio governador Eduardo Riedel, quando deu posse ao delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel Filho, como presidente do Conselho Superior da Polícia Civil.
Na oportunidade, ele destacou que vai trabalhar pela integração das forças de segurança para que assim tragam resultados efetivos à população. “O cidadão de bem espera um local mais seguro e melhor para se viver. Neste ambiente as empresas também ficam mais seguras para investir no Estado”, afirmou.
Em Campo Grande, por exemplo, de 1º de janeiro até o início do mês de março deste ano, 14 criminosos armados que resolveram enfrentar as forças de segurança se deram mal. Os dados da Sejusp mostram que foram cinco mortos em confronto em janeiro e nove em fevereiro.
O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, destacou que as forças de segurança do Estado vão continuar fazendo um trabalho de excelência. “Precisamos estar cada vez mais unidos para que a população do Estado tenha orgulho de ter na sua terra a melhor segurança pública deste País. Para isso, temos que manter os investimentos e o serviço de excelência, com uma dedicação ainda maior”, ressaltou.
Escola Segura, Família Forte
Ainda em Campo Grande, o Governo do Estado, por meio da Sejusp, desenvolve o programa “Escola Segura, Família Forte”, que atende 128 escolas da Rede Estadual de Ensino e da Rede Municipal de Ensino. Até o ano passado eram atendidas 31 escolas estaduais e 29 municipais, mas a partir de agora serão, respectivamente, 78 e 55 unidades escolares atendidas.
Com a expansão, a previsão é de beneficiar aproximadamente 100 mil alunos dos ensinos fundamental e médio da Capital. “O programa funcionava como projeto piloto e foi realizada uma avaliação, e agora podemos expandir, atendendo todas as escolas da Rede Estadual e 50 da Rede Municipal. O funcionamento será com protocolos, em rede, com apoio da segurança pública, assistência, saúde e educação. É um programa de extrema importância para a sociedade e que tem surtido efeitos significativos”, afirmou o coordenador do programa na Sejusp, Valson Campos dos Anjos.
Para o diretor da Polícia Comunitária da PM, coronel PM Alexandre Rosa Ferreira, o objetivo é coibir e prevenir a violência ou o crime. “É importante a interação da escola e PM. Atuamos de forma preventiva com ações de fiscalização, palestras, orientação aos alunos. O objetivo do policiamento escolar é evitar o crime. E para os alunos auxilia no dia a dia da sala de aula, garantindo a permanência na escola”.
A rede de comunicação entre a comunidade escolar e o programa ocorre por meio de celulares disponíveis nas viaturas, além de um tablet que serve para o policial registrar toda e qualquer ocorrência dentro e no entorno das escolas. No total são seis equipes de atendimento em todas as regiões da cidade. Os diretores das escolas estão inseridos num aplicativo de mensagens que facilita a comunicação.
O patrulhamento escolar é feito por policiais militares levando em consideração dados de inteligência da Sejusp. Além da ronda no entorno das escolas na entrada e saída dos alunos, o programa promove a aproximação da comunidade escolar com a polícia e contribui para a redução dos conflitos no âmbito escolar.
Fronteira
Durante a troca de comando do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), na sede da instituição em Dourados, o governador Eduardo Riedel destacou que a unidade é uma das mais renomadas do País, já que garante a segurança de todo Brasil, no combate ao crime organizado na região de fronteira.
“Muito orgulho em participar desta cerimônia. Principalmente pelo simbolismo que tem nosso DOF. Há muito tempo acompanho suas ações, é uma das polícias mais conhecidas e renomadas do Brasil. Ele está presente na região da fronteira, garantindo a segurança não só de Mato Grosso do Sul, como de todo o Brasil”, afirmou.
O DOF tem como missão desenvolver ações e operações na região de fronteira de Mato Grosso do Sul. Ele atua em 53 municípios do Estado, com a presença mais efetiva nos 730,8 km de fronteira seca, nos 1.514 quilômetros de fronteira com o Paraguai e com a Bolívia abrangendo, inclusive, uma extensa área rural.
Mais dois presídios
Com o objetivo de reduzir o déficit carcerário e melhorar as condições de cumprimento da pena nas unidades prisionais de Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado irá construir, nos próximos anos, mais dois presídios no Complexo da Gameleira, em Campo Grande.
A autorização para a construção foi dada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante uma reunião em Brasília (DF), com o governador Eduardo Riedel, que levou ao Governo Federal demandas de Mato Grosso do Sul, especialmente na área da segurança pública.
“Pedimos apoio ao Ministério da Justiça e Segurança Pública na construção de presídios que possam abrigar a população carcerária que está crescendo num ritmo acelerado no Estado por conta da fronteira”, explicou Eduardo Riedel.
Conforme Antônio Carlos Videira, as novas unidades, que terão capacidade para 603 vagas – cada uma – e que juntas custarão em torno de R$ 90 milhões, serão construídas no Complexo da Gameleira, onde estrategicamente o Governo do Estado adquiriu uma área de 182 hectares e destinou 50 delas especificamente para o sistema prisional.
Para garantir a segurança do Complexo da Gameleira, a área no entorno será ocupada pelo Governo do Estado, levando em consideração as particularidades do sistema prisional, não havendo possibilidade de construções de moradias nas laterais dos presídios, como acontece no Complexo do Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Atualmente o Complexo da Gameleira conta com três unidades prisionais, sendo que duas delas, masculinas e com capacidade total para 1.206 presos, já foram entregues pelo Governo do Estado, e a feminina com capacidade para 407 detentas, deve ser entregue ainda este ano.
O secretário de Justiça e Segurança Pública afirma que Mato Grosso do Sul é o estado brasileiro que mais prende. “O país que mais prende no mundo é os Estados Unidos, que tem uma média de 655 presos por 100 mil habitantes, aqui no Estado são 704 presos por 100 mil, enquanto a média nacional está em torno de 368 presos por 100 mil habitantes”, pontuou.
As prisões, que acabam gerando déficit de mais de 5 mil vagas no sistema prisional, resultam da eficiência das polícias no combate aos crimes, de acordo com Videira, principalmente o tráfico, já que é Mato Grosso do Sul o estado brasileiro que mais apreende drogas. Somente no ano passado as forças de segurança estaduais tiraram de circulação mais de 516 toneladas de drogas.
“Quanto mais você apreende, quanto mais você prende, mais você tem esse impacto na segurança pública, tanto no sistema penitenciário, como nas medidas socioeducativas. A droga a Polícia Civil incinera, o veículo utilizado no transporte do entorpecente a Sejusp leiloa, mas o autor do tráfico deve cumprir sua pena nas unidades da Agepen, ser ressocializado e devolvido para a sociedade melhor que entrou, o que demanda vagas nos presídios e altos investimentos do Governo do Estado, no custeio do sistema”, destacou o secretário.
Atualmente 42% da população carcerária do Mato Grosso do Sul é oriunda do tráfico de drogas e, conforme Videira, metade desses presos são de outros estados. Cada preso custa ao sistema penitenciário estadual em torno de R$ 2.500 por mês.