Campo Grande: Adriane herda caos de Marquinhos e 9 meses depois situação fica ainda pior

No dia 1º de abril do ano passado, o então prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), oficializou sua renúncia ao cargo para ser pré-candidato a governador, assumindo a vice-prefeita Adriane Lopes (Patriota). Na época, já pipocavam denúncias de que o chefe do Poder Executivo da Capital deixava uma herança maldita para sua sucessora, com rombo no caixa da Prefeitura, obras paradas, empreiteiras sem receber, problemas sérios de infraestrutura básica e excesso de comissionados no Paço Municipal, secretarias municipais e autarquias, além de um escândalo de assédio sexual praticado pelo prefeito contra servidoras públicas e demais mulheres.

Passados pouco mais de nove meses de gestão, a atual prefeita Adriane Lopes não conseguiu ainda equacionar os inúmeros problemas largados pelo seu antecessor e, pelo contrário, teve a proeza de deixá-los piores, afetando em cheio a população campo-grandense, que padece com centenas de milhares de buracos nas ruas da Capital, bem como precariedade dos órgãos públicos municipais. Se já estava ruim com Marquinhos, com a prefeita as coisas pioraram ainda mais e a administração dela já é comparada ao fiasco que foi a gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), que de tão ruim não conseguiu ser reeleito para mais um mandato.

Além do excesso de buracos nas ruas asfaltadas e das crateras nas vias sem pavimentação, o caos em que se encontra Campo Grande pode ser verificado na situação preocupante das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Enquanto umas sofrem com goteiras, que dão a impressão de que chove mais dentro delas do que fora, outras têm falta de tudo, inclusive de papel sulfite para imprimir receituário médico ou resultado de exames, o que demonstra o total descaso de Adriane Lopes em solucionar problemas corriqueiros de qualquer prefeitura municipal de uma cidade do interior, mas que de uma Capital é inconcebível.

Goteiras

Se o período de chuvas causa transtornos nas ruas da cidade, com o surgimento de buracos ou aumento do tamanho deles, também está revelando que as coberturas dos postos de saúde de Campo Grande estão mais furadas que peneiras. O teto do CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes é um bom exemplo disso, pois, devido às últimas chuvas, as goteiras brotavam dentro da unidade de saúde e foram registradas pelos moradores por meio de vídeos postados nas mídias sociais.

Alguns contaram para a imprensa que a água da chuva começou cair mais dentro do CRS do que fora do local, molhando as pessoas que aguardavam atendimento médico. Os transtornos provados pelas goteiras fizeram com que houvesse atraso no fichamento de alguns pacientes, que estavam no local e precisavam mudar de lugar várias vezes para não se molhar.

Procurada, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que as equipes de manutenção foram acionadas e estão avaliando estragos para prosseguir com os reparos emergenciais. A Secretaria até afirmou que iniciou uma “manutenção preventiva” em unidades de saúde mais críticas para evitar que haja problemas relacionados às chuvas.

Sem papel

Outro problema que veio à tona foi a falta de papel sulfite para imprimir receituário médico ou resultado de exames na USF (Unidade de Saúde da Família) da Vila Fernanda. Os usuários da unidade receberam mensagens nos celulares informando sobre o fato, tornando público o descaso da Prefeitura ao não providenciar e garantir papéis para esses e outros serviços.

A situação ocorre desde o ano passado e, em agosto de 2022, a associação de moradores chegou a doar resmas para o posto de saúde. Além disso, a empresa que assumiu a manutenção das impressoras da rede de saúde reduziu as resmas de cinco semanais para cinco mensais, obrigando que os atendentes de recepção façam com que os moradores tenham receitas e resultados de exame somente no WhatsApp.

Mais uma vez a Sesau divulgou nota para informar que a falta de papel sulfite na unidade não procedia e os exames ficam no sistema da Prefeitura para consultas dos médicos durante o atendimento do paciente. Fato negado pela associação de moradores, que registrou com fotos a doação de resmas de papel sulfite doada para o USF da Vila Fernanda.

SERVIÇO – Os leitores que desejarem denunciar alguma irregularidade em Campo Grande pode usar o site [email protected] ou pelo WhatsApp (67) 9961-1287

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