Enquanto o eleitorado de MS cresceu 5,2% desde as últimas eleições municipais em 2020, os números de eleitores em Bandeirantes revelaram um aumento surpreendente e atípico nas eleições deste ano atingindo um índice superior a 14%, quase três vezes maior que o registrado no mesmo período em Campo Grande por exemplo.
Esse aumento incomum vem aguçando a curiosidade da população que espera uma investigação aprofundada das autoridades já que a média histórica do aumento no número de eleitores em Bandeirantes jamais superou os 7% de uma eleição para outra.
De 2016 para 2020 por exemplo, o eleitorado local saltou de 5703 para 6090 o que representou aumento 387 novos títulos registrados no município ou 6,9%.
Já de 2020 para as eleições deste ano, o número de eleitores pulou para 6948, aumento de 14,1% o que representou um volume de 858 novos eleitores na cidade em apenas 4 anos. Para se ter uma ideia, entre 2008 e 2016, o número de novos votantes foi de apenas 410 eleitores uma média de 205 a cada 4 anos.
Números oficiais
Avaliando os dados do IBGE, nem mesmo a população do município cresceu tanto a ponto de justificar o aumento do eleitorado de forma tão acentuada em apenas 4 anos. No site da prefeitura da cidade os números mostram um aumento populacional de 10,3% de 2010 a 2021, quando aconteceu a última eleição na cidade. Gustavo Sprotte foi eleito em 07 de novembro daquele ano em eleição suplementar.
Um outro dado que revela bem o crescimento do eleitorado ao longo dos anos em Bandeirantes pode ser visto no comparativo das eleições de 2010 quando 4306 eleitores foram as urnas. 12 anos depois, em 2022, o número de votantes subiu para 4793, aumento de 11,3% bem abaixo do percentual registrado no intervalo de apenas 4 anos entre 2020 e 2024.
Eleitores fantasmas?
Essa enxurrada de novos eleitores na cidade em num curto espaço de tempo tem provocado desconfiança e gerado muitos questionamentos por parte da população e de pessoas envolvidas no processo eleitoral. Para muita gente, esse alto volume de “novos eleitores” que surgiram repentinamente já estão sendo chamados de “fantasmas do voto” já que os dados oficiais não indicam um aumento populacional na mesma proporção do aumento do número de novos eleitores.
Na cidade, que fica há 70 quilômetros de Campo Grande já tem gente considerando a possibilidade de que muitos desses novos eleitores não seriam moradores nem teriam vínculos familiares ou comerciais com Bandeirantes. Teriam transferido títulos apenas para votar no município? Se foi isso, qual teria sido o interesse de tanta gente e o quanto esses fantasmas (se for esse o caso), influenciaram no resultado das eleições?