Assassino silencioso: a resistência antimicrobiana coloca a saúde pública global em risco

Desde sua descoberta há um século, os medicamentos antimicrobianos (de antibióticos a antivirais) salvaram milhões de vidas todos os dias… até que pararam de fazer isso, como está acontecendo agora.

Os antimicrobianos, como antissépticos e outros medicamentos, desempenham um papel fundamental na medicina moderna. Até mesmo alguns produtos naturais possuem propriedades antimicrobianas. No entanto, o uso excessivo e indevido desses agentes em pessoas, animais e plantas está criando um problema sério: a Resistência aos Antimicrobianos (RAM). Você consegue imaginar isso? Até o meio ambiente está sendo afetado, pois quando essas substâncias atingem o solo ou a água, podem surgir micróbios resistentes que podem desafiar nossos tratamentos.

Mas o que é RAM e por que devemos nos importar? Bem, em termos simples, a RAM é o que acontece quando micróbios desenvolvem a capacidade de resistir aos medicamentos destinados a eliminá-los. Isso significa que doenças comuns, como infecções do trato urinário, infecções do trato respiratório superior, febre tifoide ou até mesmo a gripe, estão se tornando cada vez mais difíceis de tratar. Pior ainda, isso pode levar à falha dos tratamentos, causando incapacidades permanentes ou até mesmo a morte.

Uma ameaça à saúde global

RAM é uma das dez ameaças mais sérias à saúde pública global que a humanidade enfrenta, colocando em risco mais de um século de avanços médicos, já que infecções que antes eram tratáveis e curáveis com medicamentos agora estão se tornando incuráveis — ou correndo o risco de se tornarem.

A resistência aos antimicrobianos (RAM) está destruindo mais de 100 anos de esforços para salvar vidas da indústria farmacêutica.

O impacto da RAM já é alarmante. De acordo com dados recentes, a resistência bacteriana aos antibióticos foi diretamente responsável por 1,27 milhão de mortes em todo o mundo. É um número assustador! E se somarmos a isso as infecções complicadas pela resistência, o número de vidas afetadas dispara ainda mais. Isso nos mostra que este não é um problema do futuro, mas sim um problema que já existe e requer nossa atenção imediata.

Então, como chegamos a este ponto? A resposta está no uso indevido e abusivo de antimicrobianos. Por exemplo, antibióticos são frequentemente prescritos quando não são realmente necessários, ou as pessoas não concluem o tratamento prescrito, permitindo que os micróbios se fortaleçam em vez de serem completamente eliminados. Além disso, o uso de antimicrobianos na agricultura e na pecuária também contribui para o problema, pois resíduos desses medicamentos acabam na água e no solo, promovendo o surgimento de cepas resistentes.

A luta contra a RAM

De acordo com um relatório de 2017 do Banco Mundial, se não tomarmos as medidas adequadas agora, a RAM provavelmente resultará em 1,2 bilhão de dólares adicionais em custos de saúde por ano até 2050 agravará a pobreza extrema para até 24 milhões de pessoas até 2030 (principalmente em países de baixa renda).

Especialistas enfatizam que o uso desnecessário de antimicrobianos pode levar à resistência bacteriana e causar efeitos colaterais. Eles devem ser prescritos apenas por profissionais, e não devem ser usados por conta própria.

Para combater esse desafio, precisamos tomar medidas concretas. Por um lado, é crucial educar a sociedade sobre o uso responsável de antimicrobianos; eles não são mágicos, nem devem ser usados para tudo. Por outro lado, os sistemas de saúde e os produtores de alimentos devem implementar estratégias para reduzir o uso desnecessário desses medicamentos. E, claro, a pesquisa científica deve continuar a encontrar novas soluções e alternativas.

Concluindo, a RAM é uma ameaça real que está mudando a forma como tratamos doenças. Mas nem tudo está perdido; com uma abordagem responsável e colaborativa, podemos retardar sua disseminação. Em última análise, a chave é entender que cada ação conta, desde a forma como usamos medicamentos em casa até as políticas globais que regulam seu uso. Juntos, podemos enfrentar esse desafio e proteger nosso futuro. O que você acha?

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