Arborização em Campo Grande sempre é exemplo e ainda há muito o que fazer

Panoramic aerial view of the city of Campo Grande MS, Brazil and the park of the indigenous nations. Big wooded city with a park, lake, green areas and low density buildings.

É certo que os tempos, em termos de temperatura, não são os melhores, mas Campo Grande ainda figura como modelo de arborização que lhe rendeu, por cinco anos consecutivos, o título de Tree City of World (Cidade Árvore do Mundo). A menção foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Fundação Arbor Day, para reconhecer o comprometimento de gestões municipais em cultivar e manter florestas urbanas.

De fato, as imagens utilizadas pelo site da organização demonstram uma cidade com elevada área verde, ipês e relvado distribuídos, principalmente, nas regiões centrais da cidade. O Jacaré procurou a Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) para tentar compreender como ocorre a gestão de áreas verdes da Capital que é, na verdade, Morena.

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Área da floresta urbana ocupa quase a metade da cidade

Por meio de assessoria de imprensa, a informação é de que há quase um empate entre áreas com e sem cobertura vegetal. As áreas sem cobertura, contudo, ganham e alcançam 58,71% da cidade, enquanto o percentual de 41,29% corresponde à extensão arborizada (o termo correto utilizado pela secretaria é vegetada). Na porção vegetada da cidade está a chamada Floresta Urbana, composta por vias públicas, particulares, praças, parques, áreas de preservação permanente e, ainda, as áreas de conservação.

Ipês Rosa na Via Parque são espetáculo constante de exuberância da natureza (Fundação Arbor Day)

Entre as estratégias empregadas pela Semadur para garantir o aumento da extensão da cobertura vegetal está a educação, em projetos geridos pelo Planurb (Instituto de Planejamento Urbano) junto às escolas municipais. Como exemplos foram citados o fomento à participação no plantio de árvores, além de oficinas de compostagem e cuidados com parques e reservas. Dessa maneira, os campo-grandenses aprendem na escola a importância das necessidades de cuidado com o meio ambiente.

Outra vertente está na gestão de resíduos, com atividades como mutirões de limpeza e plantio comunitário de árvores. E, focados na questão climática, os gestores ambientais de Campo Grande lançam mão de projetos que, na prática, ajudam a reduzir a sensação térmica na cidade, melhorar a qualidade do ar e tornar o ambiente urbano mais resistente ao calor extremo.

Campo Grande se prepara para enfrentar o calor extremo

Como existe a meta de aumentar a cobertura vegetal, há também a expectativa de “armar” a cidade contra o calor extremo. Hoje, segundo os dados repassados pela Semadur, a região do Prosa abrange a maior extensão com cobertura vegetal e chega a 50%, em especial pela localização de parques, chácaras e áreas protegidas. Juntos, Anhanduizinho, Bandeira, Imbirussu, Lagoa e Segredo abraçam de 40% a 50% de cobertura vegetal. Na região está localizada a APA (Área de Proteção Ambiental) do Lageado. Também nessa porção da cidade estão parques lineares.

A região que desperta a maior preocupação é a do centro, onde 11,56% da extensão está coberta por vegetação. Para, isso, contudo, existe uma explicação, segundo a Semadur, que credita a situação às características de ocupação da região, a presença da urbanização histórica e a densidade de construções.

Árvores centenárias da Afonso Pena têm tratamento único registrado no Brasil (Fundação Arbor Day)

É no centro onde também estão localizados verdadeiros tesouros da floresta urbana campo-grandense, as árvores centenárias, cuja permanência é uma mistura de resiliência, pesquisa e afeto. A Semadur acentua que a cidade exibe projeto fitossanitário único no Brasil para manter as árvores imunes ao corte, sendo essa a maneira de preservar o valor histórico, cultural e ecológico de cada uma delas.

Enquanto atua para aumentar a disponibilidade de áreas verdes na cidade, a Semadur, por meio do Planurb, busca maior envolvimento da população nas ações. Também está no foco dos órgãos públicos a recuperação de áreas degradadas ou de preservação permanente. E há, sobretudo, o reconhecimento da necessidade constante de manutenção da floresta urbana como forma de preservar o meio ambiente e o patrimônio florestal da cidade.

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