André Puccinelli anuncia “fim de carreira” política…

“Não serei candidato a nada. Depois de concluir meu segundo mandato (de governador), se Deus assim permitir, vou encerrar minha carreira política…”  

O ex-governador André Puccinelli (MDB), que governou Mato Grosso do Sul por dois mandatos e foi prefeito de Campo Grande também por dois mandatos, deputado federal, deputado estadual e secretário de saúde do Estado, é um clássico caso do gestor que não consegue se aposentar da política. A avaliação é do cientista político Antonio Ueno, lembrando de exemplos de grandes políticos sul-mato-grossenses que também não souberam parar quando ainda estavam no auge.

“Os ex-senadores Levy Dias e Juvêncio César da Fonseca, que também foram prefeitos de Campo Grande, e o ex-senador e ex-governador Pedro Pedrossian, que chegou a governar até o Mato Grosso, são bons exemplos de políticos do Estado que, assim como Puccinelli, não souberam a hora de parar”, ressaltou o cientista político, reforçando que agora está acontecendo o mesmo com André Puccinelli, que ainda insiste em concorrer a cargos eletivos.

“O Levy Dias foi um dos melhores prefeitos de Campo Grande, implantou aqui o Projeto Salve e, para muitos que não sabem, o Mini Anel Rodoviário da Capital foi idealizado na administração dele. Após ser prefeito, senador e deputado federal. Levy foi candidato a prefeito em 1996 e acabou perdendo aquela eleição, não conseguindo nem ir para o segundo turno”, recordou.

Já o ex-senador Juvêncio César da Fonseca, acrescentou Tony Ueno, foi vereador de Campo Grande e depois virou prefeito. “Uma das suas únicas obras memoráveis é a Praça das Araras aqui na nossa Capital. Ele foi duas vezes prefeito de Campo Grande, foi senador e depois quando foi candidato a deputado estadual acabou tendo uma votação muito pequena e teve de voltar para casa”, ressaltou.

Ele ainda citou o caso do ex-governador Pedro Pedrossian, que administrou o Mato Grosso por um mandato e Mato Grosso do Sul por dois mandatos. “O Pedrossian ainda foi senador e implantou as maiores obras que conhecemos na nossa Capital, como Coophavila II, Moreninhas, Parque das Nações Indígenas, Morenão, Hospital Rosa Pedrossian, entre muitas outras. Entretanto, assim com os dois primeiros exemplos, acabou também tendo um fim triste nas urnas devido ao desgaste do tempo, sendo derrotado na disputa pelo Senado para o então desconhecido Delcídio do Amaral”, lembrou.

Segundo o cientista político, é o que está para acontecer com André Puccinelli, que vem insistindo em voltar a ter um cargo na majoritária. “Ele saiu do Governo em 2014 e desde então ensaiou ser candidato a prefeito nas eleições de 2016 e de 2020, mas acabou desistindo em ambas. Em 2018, teve aquele triste episódio, quando acabou sendo preso. Depois, a Justiça o absolveu da maioria das acusações, mas, infelizmente acabou adquirindo para sua imagem uma rejeição muito grande, que hoje está na casa de 26% em Campo Grande (Registro nº MS-00344/2024)”, revelou.

Mesmo assim, conforme Tony Ueno, o ex-governador faz questão de reforçar, em toda entrevista que concede para a imprensa, que será candidato a prefeito de Campo Grande nas eleições municipais deste ano. “Não temos dúvida que ele foi o melhor prefeito da nossa Capital, mas, o tempo passou, o desgaste chegou e lhe atrapalha na realização desse desejo. André tem hoje a maior rejeição entre todos os demais pretendentes ao cargo de prefeito de Campo Grande e, com o MDB esvaziado e sem apoio de outros partidos, dificilmente irá para o segundo turno”, projetou.

Na avaliação do cientista político, André Puccinelli deveria cumprir a promessa que fez em 2010 durante entrevista que encerraria sua carreira política em 2014. “Na época, o André alegou a importância de largar os embates eleitorais para se dedicar à família, porém, ele não seguiu o seu próprio conselho e vem acumulando fracassos políticos, sendo o último nas eleições de 2022. Mas a Democracia proporciona ao Dr. André a disputar mais uma eleição, mesmo ele tendo cumprido o seu papel na política de Mato Grosso do Sul. O seu legado nunca será esquecido”, frisou.

Como dizia o Rei Salomão; vaidade de vaidades! É tudo vaidade. Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol? Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.

Boa sorte Dr. André!

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