O assunto é sério – um flagelo em Chapadão do Sul – mas até usuários de drogas estão sendo “lesados” por traficantes e cheirando pó de fermento Royal como se fosse cocaína. Um deles chegou a ligar para o 190 reclamando da qualidade do produto comprado numa boca de fumo da cidade.
Informação consta no Boletim de Ocorrência elaborado pela Polícia Militar durante apoio no cumprimento de Mandato de Busca e Apreensão na residência de acusado de tráfico de drogas no bairro Sibipiruna. Os policiais encontraram um recipiente com resquícios de cocaína e plásticos cortados já no formato para embalar drogas.
Durante a ação um PM percebeu um dos suspeitos tentava apagar mensagens alusivas à encomendas de drogas como “preciso de R$ 200,00 de caramelo” ou que “ia deixar umas meias caso precisasse”. O morador do endereço vinha sendo alvo de constantes reclamações no telefone de emergência (190) com acusações de tráfico. Uma mãe – desesperada – chegou a pedir ajuda da Polícia Militar porque seu filho se drogava nesta casa pelo acusado de tráfico preso.
O usuário de drogas que disse ter comprado e consumido pó Royal como se fosse cocaína não foi identificado. | O celular e os objetos de uso no tráfico foram recolhidos pelos PMs.
FERMENTO ROYAL
Em fevereiro deste ano a polícia encontrou pasta base de cocaína em recipientes usados para acondicionar o tradicional fermento Royal usado no preparo do pão. A droga estava escondida no quarto, misturada num ambiente com muitas garrafas de whisky e champanhe vazias. Os agentes já sabem que os acusados pertencem a uma quadrilha que atua no tráfico de drogas em Chapadão do Sul há vários anos.
Eles já foram soltos e deram informações sobre o sistema de distribuição do entorpecente, mas ninguém foi preso até o momento. Os dois recipientes foram enviados a um laboratório de Campo Grande para avaliar o grau de qualidade e mistura de pasta base mas até hoje ninguém sabe o resultado.