Último povo nômade que vive no mar está à  beira da extinção

Antes dos seres humanos dominarem as técnicas de agricultura e se fixarem em pequenas aldeias, todos eram nômades e vagavam pelo mundo em busca de alimento e abrigo seguro. Isso ocorreu durante o Período Paleolítico há mais de 2,5 milhões de anos, porém o mundo se transformou bastante daquela época até os dias atuais. Contudo, ainda existem muitos povos nômades que vagueiam por milhares de quilômetros quadrados de terra, mas resta uma destas populações que permanecem com sua vida nômade de forma diferente, eles habitam os oceanos. Os Bajaus, de origem malaia, são a última população nômade que vivem sob as águas.

Encontrados entre a Indonésia e as Filipinas, os Bajaus têm origem no século IX e desde então, alternam entre morar em pequenas canoas que foram transformadas em casas ou bangalôs à beira-mar, mas sempre sob a água. Contudo, o estilo de vida deles vem sendo ameaçado pelos governos locais sob a acusação de destruírem o meio ambiente. A justificativa oficial é que os Bajaus vivem da pesca e extração de pérolas de forma predatória, pois não respeitam a época de desova imposta pelas leis ambientais. Desde então, os governos locais vem tentando retirar os últimos membros desta população da água.

Com a pressão dos governantes e a escassez cada vez maior de alimentos, muitos Bajaus vêm optando por viverem em baías ou construírem seus casebres sob um espelho d'água, nos litorais. Com isso, conseguem manter parte de suas tradições e principais atividades econômicas, além de estarem ao lado da civilização.

Viver nos mares têm suas inconveniências, mas se transformou literalmente numa religião para os Bajaus. É no azul das águas quentes da região que eles acreditam que repousam os espíritos de seus ancestrais e nem os generosos incentivos governamentais os fazem trocar a vida no balanço das ondas pela calmaria da terra firme.

Morando em pequenas embarcações de madeira que são chamadas de "lepa lepa", os Bajaus literalmente vivem do mar que é a única fonte de alimento deles. Estimados em 320 integrantes, eles costumam sofrer as consequência pelo estilo de vida peculiar. Alguns apresentam mutilações causadas por tubarões e outros animais, porém a maioria da população possui o olfato e a audição quase totalmente comprometidos devido as grandes profundidades que mergulham sem nenhuma proteção em busca de pérolas, peixes e pepinos do mar.

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