A cidade luz escureceu seu maior símbolo na noite desta quinta-feira, para marcar o luto pelas doze vítimas do atentado terrorista contra a revista satírica Charlie Hebdo. As luzes da Torre Eiffel foram apagadas às 20 horas locais (17 horas de Brasília) para lembrar os mortos.
Horas depois do ataque, multidões tomaram as ruas em várias partes da França e em cidades europeias como Berlim e Londres. Também houve vigílias em São Paulo e no Rio de Janeiro. As concentrações continuaram nesta quinta-feira, dia de luto oficial na França. A Prefeitura de Paris havia convocado um ato silencioso na Praça da República, mas logo foi possível ouvir as pessoas repetindo a frase “Nós somos Charlie”, e “Charlie não morreu”. As manifestações têm como ponto em comum a defesa da liberdade de expressão.
O apoio à revista alvo dos terroristas veio até mesmo da ministra da Cultura, Fleur Pellerin. Ela revelou que pretende desbloquear recursos da ordem de 1 milhão de euros para a publicação, para garantir sua continuidade. Para isso, ponderou, será preciso alterar a legislação para permitir o acesso a “auxílios estruturais” que atualmente não são destinados a publicações satíricas.
A direção da Charlie Hebdo já informou que uma nova edição será publicada na próxima semana. Em entrevista à emissora BFM TV, a ex-secretária de Estado Jeannette Bougrab, mulher do cartunista Charb, editor da publicação e uma das vítimas no ataque, declarou que, se a revista desaparecesse, “nós mataríamos mais uma vez os que estão mortos”.