Sul-mato-grossenses se mobilizam contra limite na internet residencial

A proposta das operadoras de impor uma franquia de consumo de banda larga fixa não agradou aos sul-mato-grossenses. Para os usuário do serviço em Mato Grosso do Sul, a medida é um retrocesso e vai na contramão da tendência mundial se usar cada vez mais o serviço.

Para o professor universitário Lucas Santiago Arraes, esse tipo de plano vai afetar muita gente, porque o consumo aumentou. E como há locais no país que não há concorrência, quem vai perder é o consumidor. “Antes eram poucas pessoas que eram 'heavy users', que baixavam torrents, viam vídeos, hoje acho que muito mais gente usa, então provavelmente, as operados ficaram sobrecarregadas e querem mudar, para poder lidar com isso de forma lucrativa”, diz.

Ele pontua, que empresas, como a Net, por exemplo, que se fundiu com a Claro, já anunciava este tipo de franquia, mas nunca tomou medidas efetivas.

O professor ainda lembra que é uma tendência mundial da computação que tudo aconteça na nuvem, e isso demanda muito mais da conexão do que do computador da pessoa. Desta forma, esse tipo de cobrança atrapalha o consumo de serviços.

Porém, ele pondera e diz que se está dentro da legalidade jurídica, os consumidores terão que aceitar. “Eu não sou especialista em direito, não sei falar sobre essa parte, mas penso que é um direito da empresa oferecer os serviços em pacotes que para eles sejam lucrativos. Se está dentro da lei, então tudo bem”, diz.

Já a empresária Andrea Lucia Chaves questiona e diz que a medida é um retrocesso. “Eu não consigo entender, se tem o Marco Civil, que diz claramente que o serviço só pode ser cortado por falta de pagamento, que fresta eles acharam para cogitar essa ideia?”, pergunta.

Para ela, a única forma de mudar a situação é a pressão popular. “As pessoas estão se organizando na rede. O vídeo da propagando lançada no youtbue em 13/04 tinha 30 mil deslikes em meia hora 30 mil. Vamos ver se o governo se posiciona. Eu eu achei muito estranha a atitude da Anatel (Agencia Nacional de Telecomunicações)”, diz.
Polêmica

A polêmica começou quando a Vivo informou que os novos contratos de Vivo Internet Fixa virão com uma cláusula que estabelece o bloqueio após o limite atingido no mês, que varia entre 10 GB e 130 GB.

Com isso, os planos de Internet fixa (em redes ADSL) ficariam iguais aos planos de Internet móvel. Ou seja, com um limite de dados para acesso. Após essa franquia ser alcançada pelo consumidor, as operadoras poderiam bloquear o acesso ou diminuir a velocidade de conexão.

Em pouco tempo, foram criados grupos e petições nas redes sociais que são contra a nova medida. No Facebook, o grupo "Movimento Internet Sem Limites" tem mais de 362 mil curtidas e o abaixo-assinado "Contra o Limite na Franquia de Dados na Banda Larga Fixa", petição online que será enviada às operados, à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e aos Ministérios Públicos, conta com mais de um milhão de assinaturas.

Também no Facebook, o grupo "CANCELAÇO – Internet Fixa" está ganhando cada vez mais adeptos. O nome da página já deixa claro seu objetivo: um grande boicote às operadoras, caso permaneçam com a medida.

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