Sem poder pagar aluguel de apartamentos, uma grande quantidade de jovens no Japão adotou uma prática que virou tema de documentário. Eles simplesmente moram em cibercafés, jogando videogame durante todo o tempo livre.
Eles inclusive fazem as refeições no local. O fenômeno começou nos anos 90, com a popularização deste tipo de estabelecimento. Segundo o site do Diário do Povo, o custo da permanência deles nestes cubículos é bem menor do que se tivessem de pagar aluguel. Eles em geral atuam em segmentos com remuneração baixa. E aproveitam para fazer a higiene pessoal nos banheiros dos locais, dos quais se tornam moradores e também clientes.
Os cafés oferecem tudo o que é necessário para a moradia de uma pessoa, incluindo banhos e facilidades para a cozinha. A bagagem vem junto com os novos habitantes destas moradias apertadas. Literalmente eles se mudam de "mala e cuia".
Esta tendência preocupante foi tema de um curto documentário do fotógrafo japonês Shiho Fukada. Denominado "Net Cafe Refugees" ("Refugiados do Café Net"), revela o estilo de vida destas pessoas.
Fumiya, um "refugiado" de 26 anos trabalha como guarda de segurança em um canteiro de obras e passa o tempo em que não está na ativa dentro local. Segundo o Diário de Notícias, que rdivulgou o documentário, em 2007 o governo estimava que mais de 60 mil pessoas, aproximadamente, pernoitavam em cibercafés.
Em 2011, as estatísticas do governo apontavam que 35,4% (17,3 milhões) dos japoneses estavam em um emprego precário, que o jogava para abaixo da linha da pobreza. No Japão, quem ganha um salário anual de até R$ 69,6 mil está dentro da linha de pobreza. No Brasil, a lina de pobreza está em R$ 70,00 mensais ou R$ 840 por ano. O Banco Mundial estabelece como linha de indigência uma remuneração de R$ 1,00 por dia e como linha de pobreza, R$ 2,00
Com 38% dos trabalhadores, segundo o governo, sendo temporários no Japão, uma realidade dura se impõe, já que, no país é difícil se obter benefícios para desempregados e, sem um trabalho muito bem remunerado, fica difícil a vida por lá.