O trabalho de prevenção da dengue que começou nesta terça-feira (20), no Jardim Noroeste, conta com o reforço de um “exército” de 40 trabalhadoras recrutadas pela Fundação do Trabalho por meio do Proinc (Programa de Inclusão Profissional). O grupo, que também atua na varrição de ruas e pintura de meio-fio, conta com “veteranas” no serviço braçal como dona Carmem Enriqueta, 55 anos, residente no Jardim Nova Esperança.
Para reforçar o orçamento familiar com o salário mínimo e a cesta básica que recebe, há dois anos ela trocou seus afazeres domésticos por este trabalho nas ruas que nas próximas semanas será basicamente o de recolher copos, garrafas ou qualquer vasilhame que possa servir de recipiente de água onde acabe surgindo um foco do mosquito transmissor do Aedes aegypti.
A rotina de dona Natalia começa antes das cinco horas, quando vai para o ponto de ônibus depois de fazer uma rápida arrumação na casa. “Já me acostumei com o serviço e não canso tanto. Gosto de cada dia estar numa região da cidade, conhecer gente nova”, relata. Ela prefere este trabalho ao serviço de diarista, por exemplo. “Meu marido é aposentado, ganha só um salário mínimo. É diabético, tem pressão alta, resolvi trabalhar fora para poder ajudar nas despesas da casa”, relata.
Neste primeiro dia de trabalho no Jardim Noroeste, as trabalhadoras receberam luvas, sacos plásticos e antes de sair às ruas foram reunidas na Escola Municipal Ione Catarina Gianotti. Receberam orientações do supervisor e houve a distribuição do grupo por equipes.
O coordenador de Vetores da Secretaria de Saúde, Alcides Ferreira, esclarece que a atuação destas trabalhadoras no mutirão contra a dengue será restrito ao recolhimento de material reciclável mais leve. “A responsabilidade de roçar e capinar os terrenos, limpar os quintais, é dos proprietários. Caberá às equipes da Prefeitura fazer o recolhimento do lixo, o que será feito por caminhões a partir da próxima segunda-feira”, informou.
Os números da dengue
Na primeira semana epidemiológica de 2015, encerrada no último dia 10, em Campo Grande foram registradas 35 notificações de pacientes com sintomas da dengue. Este número foi inferior ao de igual período de 2014, quando foram notificadas 67. No ano passado, o numero de notificações chegou a 4.031, abaixo dos 46.448 de 2013.