A partir do próximo sábado (04) oito ambulâncias do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e duas UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) passarão a dispor de luvas para exames de eletrocardiograma. Em três minutos o equipamento emite o laudo para a equipe que, dentro da própria ambulância, terá um diagnóstico mais fundamentado para direcionar o paciente ao local com a estrutura de atendimento mais adequada ao seu caso. “Se é o caso de um paciente infartado ele será levado de imediato para um hospital, sem passar por UPA, por exemplo, onde não todos os recursos”, explica o coordenador geral do SAMU, José Eduardo Cury.
Em média atualmente o SAMU registra 3.200 atendimentos por mês relacionados com dor toráxica, dos quais de 40 a 50% são confirmados como casos de infarto.
Na manhã desta quarta-feira, o prefeito Gilmar Olarte, esteve na UPA Universitária, onde está sendo realizado o treinamento dos 60 funcionários do SAMU que estarão habilitados a manusear o equipamento. O prefeito ouviu as explicações sobre a tecnologia e ao testemunhar uma simulação de exames, pôde constatar a rapidez da emissão do laudo. “Esta agilidade pode ser a diferença entre a vida e morte de um paciente em estado grave”, comentou.
A Prefeitura fechou contrato para a locação de 10 equipamentos para exames de eletrocardiograma e de mais seis aparelhos de ultrassonografia de alta resolução. Vai pagar R$ 180 mil por mês, valor que inclui manutenção (com reposição em caso de defeito), treinamento, além da garantia de 1.200 exames por mês. Estão sendo usados recursos, em torno de R$ 2,5 milhões que o SAMU conseguiu economizar ano passado. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é mantido com recursos federais, estaduais e municipais.
O equipamento que o SAMU passa a utilizar neste sábado foi desenvolvido em Israel e usado pela primeira vez na Guerra Golfo, no final da década de 90. Conforme os especialistas, é fácil de ser manuseado. Basicamente é uma luva que substitui o aparelho de eletrocardiograma convencional, e pode ser usada mesmo sem a presença de um médico. O aparelho é vestido pelo paciente, sobre o peito. Os eletrodos espalhados pela luva captam os sinais e enviam para um notebook via bluetooth, sem utilizar fios.
O exame é enviado via 3G para uma central, onde um médico emite o diagnóstico em no máximo quatro minutos. Conhecido como telemedicina, esse sistema de diagnóstico à distância também permite medicar pacientes no local do resgate, antes mesmo de chegar ao hospital. Para Eduardo Cury, além da praticidade de manuseio, o equipamento permite uma grande economia de tempo no diagnóstico do infarto.
As luvas serão distribuídas da seguinte forma: três ficarão nas unidades avançadas, duas nas intermediárias, uma na viatura avançada que o SAMU tem em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), uma na viatura básica e três ficarão emprestadas às UPAs.
Já os ultrassons podem identificar com precisão, hemorragias internas, problemas cardíacos e fraturas, agilizando a regulação do paciente para a unidade de saúde mais adequada.
Com estes equipamentos, o SAMU de Campo Grande vai se habilitar a usar em pacientes cardíacos um medicamento (trombolíticos) que ajuda a desobstruir trombose nas artérias do coração em pacientes com princípio de infarto, reduzindo em até 17% o número de mortes. Atualmente o uso desses medicamentos é permitido apenas em hospitais.
Fonte/Autor: Flávio Paes