Mesmo após ter a casa revistada por policiais federais na manhã desta terça-feira (10), o ex-governador André Puccinelli (PMDB) mantém o bom humor e ri da situação. Segundo ele, os agentes o surpreenderam de “trajes íntimos”.
O peemedebista acaba de chegar à sede da Polícia Federal acompanhado de seu advogado, o criminalista Renê Siufi. De acordo com ele, a apresentação é espontânea. “Estamos indo para tomar conhecimento”, declarou.
Sobre o conteúdo da mochila retirada de seu apartamento, durante a deflagração da segunda fase da Operação Lama Asfáltica, ele alega que a pergunta deve ser direcionada aos investigadores.
Puccinelli ainda garante que entregou para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) todas as informações sobre as quatro contas bancárias que utiliza, e as movimentações entre 2007 e 2014, além de uma declaração anual do produtor.
Para o peemedebista, se trata de uma ‘vistoria da vistoria’, já que todos os registros de bens, inclusive de seus filhos, estão em posse dos investigadores. Mantendo o clima de descontração, ainda disparou que já vendeu todas as propriedades que possuía e não tem nenhum ‘laranja’.
O ex-governador é apontado como suposto beneficiários de esquema de corrupção que fraudava licitações de obras públicas, com a participação de empreiteiros, engenheiros e servidores públicos, como o ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto, e o ex-secretário-adjunto de Fazenda, André Cance.
Segundo a PF (Polícia Federal), André teria recebido propinas e vantagens pessoais para a contratação de empresas ligadas ao empresário João Krampe Amorim. Em interceptações telefônicas, ele também aparece como possível beneficiário de propinas que teriam sido pagas pela Gráfica Alvorada.
A 2ª fase da Operação foi batizada de Fazenda de Lama. O nome faz referência a um dos insumos utilizados em obras com indícios de serem superfaturadas identificadas durante as investigações. Durante o cumprimento de mandados e apreensão na casa dos envolvidos em julho de 2015, a polícia apreendeu documentos, uma obra de arte e mais de R$ 747,9 mil, em moedas nacionais e estrangeiras.
Entre os contratos com indícios de fraude aparecem as licitações para a pavimentação da MS-430, que liga o município de São Gabriel do Oeste a Rio Negro, o aterro sanitário de Campo Grande, o Aquário do Pantanal e as Avenidas Lúdio Coelho Martins e Duque de Caxias. Para entender o papel dos suspeitos já divulgados.
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