PT deixa base e diz que não quer ‘migalhas’ de Alcides Bernal

O prefeito Alcides Bernal, do PP, sofreu a primeira baixa política ao ter o principal aliado, o Partido dos Trabalhadores, fora da base aliada na Câmara Municipal de Campo Grande. O partido chegou até a cogitar, há alguns dias, ser vice de Bernal, caso o prefeito decida ser candidato a reeleição em 2016. Diante do impasse, os vereadores comentaram sobre a decisão nesta terça-feira (15), durante a sessão na Casa de Leis. 

Segundo o vereador Marcos do Alex,que  pleiteava ser líder de Bernal na Câmara, o partido a partir de agora assume a posição de independente na Câmara, por justamente não concordar com a lentidão de Bernal, em definir o secretariado. 

"Colocar um interino sem ter o corpo não adianta. Esse excesso de cuidado está prejudicando a administração dele. Ele não tem mais quatro anos, mas nós queremos ajudar a cidade", comentou Alex. Ainda assim, o parlamentar ainda afirmou mesmo o partido sendo independente, não descarta a possibilidade de ser líder. "Mas está complicado porque ele não deu retorno para o partido e que tudo indica, ele pode estar cometendo os mesmos erros de antes", alfinetou. 

Outro petista que demonstrou insatisfação foi o vereador Airton Araújo que não concordou com o presidente interino da Câmara, vereador Flávio César, do PT do B, que convidou o prefeito para demonstrar a situação financeira da Capital, às 8h30. 

Araújo disse que o horário iria 'prejudicar os trabalhos da Casa', mas foi interrompido por Flávio César que disse que o assunto é de interesse dos vereadores, e que Bernal deveria ter apresentado primeiro aos parlamentares e depois a população. Apesar das sessões terem horário para começar, às 9 horas, elas costumeiramente começam depois das 9h30. 

No final da fala do petista, Araújo disse que o PT não precisa de 'migalhas' de Bernal. No entanto, ontem (14), durante coletiva de imprensa, antes do anúncio de deixar a base do prefeito, o vereador Alex do PT estava presente e até pousou para fotos ao lado do prefeito junto com a vereadora Luiza Ribeiro, do PPS. 

A vereadora Thais Helena também comentou o caso e lembrou que o partido caminhou ao lado de Bernal e fez oposição a Olarte, mas que hoje não concorda com algumas posições adotada por Bernal, como por exemplo, a questão do secretário interino da Educação e que os professores fiquem sem receber. "A melhor questão seria chamar a classe e dizer sobre o que pode ser feito agora e futuramente, dar uma posição aos professores. Por enquanto, essa é a posição do partido que até o momento também não foi procurado pelo prefeito. O PT não quer secretárias nós queremos que for melhor da cidade", finalizou. 

Outras críticas – Os vereadores também aproveitaram a deixa para tecer comentários sobre a gestão de Alcides Bernal. O primeiro que disparou foi o vereador Paulo Siufi, do PMDB, que afirmou que o ex-secretário de Finanças e funcionário da Câmara, André Scaff, já tinha apresentado dados à Casa de Leis afirmando que a prefeitura não tinha dinheiro. 

Porém, ele cobrou uma postura de Bernal sobre os professores. Ele lembrou que o vereador licenciado e atual secretário de Governo, Paulo Pedra, usava a tribuna para afirmar que a prefeitura tinha dinheiro para pagar a professores, e agora, que está na administração, cobra uma posição de ambos, para saber se irão pagar os docentes que entraram em greve durante a administração do prefeito afastado Gilmar Olarte. 

A mesma posição foi adotada pelo vereador Chiquinho Telles, do PSD, que também concordou com Siufi e pediram uma posição tanto do prefeito quanto do secretário, em relação ao pagamentos dos professores. Chiquinho ainda declarou à reportagem que segue independente na Casa, mas apóia o que for 'bom para a cidade'.

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