Programa de Saúde da gestante garante redução histórica na mortalidade infantil

A mortalidade materna e neonatal é prioridade da atual gestão da Prefeitura de Campo Grande. Nesse sentido, em busca de promover melhoria das condições de vida e saúde, qualificar e humanizar a atenção à saúde da mulher no SUS (Sistema Único de Saúde) e ainda dar maior atenção às doenças que causam morte que poderiam ser evitadas, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) tem intensificado e fortalecido as ações para essa população. Como resposta dessas ações, o último levantamento de dados da mortalidade materna e infantil, divulgado em fevereiro deste ano, aponta que Campo Grande tem a menor taxa registrada desde sua computação. 

Na Capital, esta prioridade se reafirma na Atenção Básica, que ocupa espaço privilegiado no orçamento do Município, especialmente nas ações referentes à redução da mortalidade materna e prevenção dos cânceres de colo de útero e de mama. De acordo com a Diretoria de Assistência à Saúde da Sesau, no último levantamento Campo Grande alcança a menor taxa da história em morte neonatal, com registro de 8,55 para cada mil nascidos vivos, uma redução de cinco pontos em relação à taxa de 13,56% registrada em 2005, assim como as gestantes, que também representam menor índice da história em mortalidade materna.

Com isso, além dos números positivos para a Capital, as ações da prefeitura estão contribuindo para que o Brasil alcance o 4º e o 5º Objetivos do Milênio, que consistem em reduzir esses índices de mortalidade, estabelecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas).

As ações – Essa redução de mortalidade se deve ao acesso aos serviços oferecidos pela rede, que está organizada com serviços disponíveis para a mulher em todos os níveis de atenção (primário, secundário e terciário). Em todas as 63 unidades de saúde da Atenção Básica são oferecidos os serviços de atenção à saúde da mulher: consultas médicas e de enfermagem; assistência ao pré-natal e puerpério (período pós-parto); planejamento familiar; prevenção do câncer de colo de útero e de mama, com coleta de exames preventivos, exames clínicos de mama e agendamento de mamografias; prevenção e tratamento das DST; assistência ao climatério.

A diretora de Assistência à Saúde da Sesau, Ana Paula Rezende, explica que “esses dados, gerados pelo SIM (Sistema de Informação da Mortalidade – do Ministério da Saúde) e Intranet (sistema de informação utilizado pela rede pública de saúde), são um indicador sensível quanto às condições sociais e de qualidade de vida da população, refletindo vários aspectos como a assistência médica, estruturas das unidades de saúde, condições socioeconômicas, entre outros dados”. 

Ana Paula complementa enaltecendo ainda que “se conseguimos reduzir esse número para um dígito, significa que ampliamos a assistência em saúde e que estamos no caminho certo na promoção do acesso à saúde de qualidade, com resultado na prevenção”, disse.

Para a coordenadora de Atenção Básica da Sesau, Margarete Ricci, na mortalidade materna o desafio é ainda maior, considerando que durante anos as taxas foram bastante elevadas. “No entanto, Campo Grande vem investindo em ações nas áreas de saúde da criança e da mulher gestante, dentre elas destacam-se a estratégia das agentes acolhedoras e a Rede Cegonha”, completa Margarete.

Tranquilidade e segurança às gestantes e puérperas Grávida de 27 semanas, a gestante e funcionária pública do município, Kênya Falcão Santana de Britto, diz que optou pelo acompanhamento pré-natal na Rede Pública de Saúde por já conhecer o bom acolhimento que as gestantes recebem na Rede. “Desde o primeiro atendimento, optei pela Unidade Básica de Saúde, pois conheço os programas efetivos que são oferecidos no serviço público. Aqui, me sinto mais segura, pois toda a equipe multiprofissional se dedica aos cuidados na minha rotina diária, desde as minhas primeiras semanas de gestação”, conta Kênya sobre a UBS 26 de Agosto.

Raiane Monges Ravaglia, de 19 anos, passou pela sua primeira consulta após descobrir, por um teste de farmácia, que está grávida. Atendida pela equipe do Programa Rede Cegonha, já no primeiro atendimento Raian deu início ao pré-natal, com testes rápidos de sífils e HIV, pesagem, atualização da carteirinha vacinal e medicamentos específicos para o desenvolvimento do neném. “Cheguei aqui com muitas dúvidas e inseguranças, mas fui atendida por vários profissionais, que me orientaram e me deixaram mais segura para dar todos os cuidados que meu bebê precisa”, disse Raiane, gestante de sete semanas. 

Atendimento às gestantes

A gestante, em caso de suspeita e/ou confirmação da gravidez, deve procurar uma Unidade Básica de Saúde ou Unidade Básica de Saúde da Família próxima à sua residência. Lá, são ofertados testes rápidos para diagnóstico precoce de gravidez, HIV e sífilis para que o tratamento ocorra em tempo oportuno, assim como orientação e oferta de métodos contraceptivos, que são recursos fundamentais para garantir o planejamento familiar.

As agentes acolhedoras são servidoras da Sesau que, diariamente, visitam as maternidades com o objetivo de prestar orientações relacionadas aos cuidados com a mãe e o bebê após a alta do hospital, além de agendar uma consulta ou visita domiciliar junto às unidades de atenção básica próxima à residência, até sete dias da data do parto. Segundo Margarete, essa estratégia garante o acompanhamento do serviço de saúde, prevenindo intercorrências e assegurando ações de promoção e proteção à saúde da mulher 
e do bebê. 

Já a Rede Cegonha é um pacote de ações para garantir um atendimento de qualidade, seguro e humanizado para todas as mulheres. “O trabalho busca oferecer assistência desde o planejamento familiar, passa pelos momentos da confirmação da gravidez, do pré-natal, pelo parto, pelos 42 dias pós-parto (puerpério), cobrindo até os dois primeiros anos de vida da criança. Tudo dentro do Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a coordenadora, sobre a assistência oferecida pela rede. 

Na Capital, em 2014, 72% das gestantes iniciaram o pré-natal precocemente, ou seja, antes do quarto mês de gestação. Pelo menos, 70% realizaram no mínimo sete ou mais consultas de pré-natal, com realização dos exames necessários. 

Objetivos do Milênio

Em 2000, a ONU (Organização das Nações Unidas), ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu os Oito Objetivos do Milênio – ODM, que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo – que devem ser atingidos por todos os países até 2015. A redução da mortalidade infantil em dois terços se classifica como o 4º Objetivo e Melhorar a Saúde das Gestantes é o 5º Objetivo e tem como meta reduzir a mortalidade materna em três quartos.

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